A imagem de um rebanho de ovelhas ou de cabras guardado por um ou mais cães é-nos muito familiar, tanto que em Portugal existem várias raças autóctones de cães de gado.
Mais invulgar será a visão de burros a pastorearem ovinos e caprinos. Mas é o que já acontece em alguns países europeus, como Espanha, França e Suíça, mas também na Austrália e nos Estados Unidos.
Uma característica bem conhecida dos burros é a sua intolerância face aos cães. Porém, também é certo que após um período de socialização entre estes dois animais, a convivência não só é possível, como se traduz em fortes vínculos de amizade. Assim, a integração simultânea de burros e cães de gado num rebanho, resulta numa grande complementaridade de competências e capacidades.
Segundo aqueles que utilizam os asininos como guardas as vantagens são muitas. Em primeiro lugar, os burros são muito eficazes a detetar e afugentar canídeos externos ao rebanho, sejam lobos, coiotes ou cães selvagens, podendo morder ou dar coices, em caso de ataque. Em paralelo, os seus zurros de alarme, ouvidos a vários quilómetros de distância, servem também como aviso aos proprietários de que algo errado se passa. Como desvantagens são apontado os factos de, apesar dos rebanhos seguirem os burros, estes não são ideais para reunir animais transviados, e de poderem interferir com os nascimentos, tendo de haver mais cautela nessas alturas.
A quem quiser ter um “burro de guarda” aconselha-se escolher um animal afável com mais de dois anos, de preferência fêmeas ou machos castrados. Os rebanhos não devem ultrapassar os 100 animais, nem devem ser colocados mais do que dois burros a guardar um rebanho - caso contrário têm tendência a conviver entre eles, estando mais desatentos ao que se passa à sua volta.
Veja AQUI o exemplo de uma quinta na Galiza, onde se utilizam burros e cães para guardar vacas.
E AQUI uma reportagem de um canal televisivo australiano.
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(Henrique Martins)
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