Foto: Luís Forra/LUSA |
A proposta contempla uma “redução necessária ao quadro de pessoal” de cerca de 90 colaboradores, provenientes sobretudo dos setores da produção/colheita da unidade de Paredes, disse à Lusa o administrador judicial do processo de insolvência da Sousacamp, Bruno Costa. De acordo com o administrador judicial, será dada “primazia absoluta a acordos de rescisão por mútuo acordo, assegurando-se o pagamento integral e imediato da totalidade dos créditos laborais que correspondam a cada colaborador”.
Bruno Costa afirmou estar “otimista” quanto à aprovação pelos credores do plano de insolvência da Varandas de Sousa, que viabilizará a entrada de novo capital e investimentos previstos, que considera “novos e decisivos”, nas unidades produtivas, que deverão superar os 10 milhões de euros”.
Conforme explicou à Lusa o administrador judicial, o emagrecimento previsto da unidade industrial de Paredes resulta da “reorganização industrial” traçada para “otimizar a atividade” do grupo e que passa por suspender a produção naquela fábrica e concentrá-la nas duas outras unidades detidas pela Sousacamp em Benlhevai e Vila Real. Como resultado, a unidade de Paredes “continuará a centralizar os setores de embalamento e expedição do grupo”, o que “garante a manutenção de mais de 100 postos de trabalho”, disse.
À Lusa, Bruno Costa Pereira destacou a “complexidade” do percurso de recuperação do grupo Sousacamp, desde logo pelo facto de se ter passado já “quase um ano desde a data de declaração de insolvência e um ano e meio desde que o grupo se apresentou ao PER [Processo Especial de Revitalização]”, que acabaria por ser chumbado.
Bruno Costa Pereira salienta que, apesar desta reorganização industrial, o grupo Sousacamp “continuará a garantir o emprego direto de mais de 350 colaboradores em Portugal, os quais assegurarão níveis de produção similares ou mesmo superiores aos que, historicamente, eram conseguidos no conjunto das três fábricas”, num ganho de eficiência “indispensável para assegurar o futuro”.
A Autoridade da Concorrência (AdC) deu em meados de dezembro passado luz verde à compra da Varandas de Sousa pela gestora de capital de risco CoRe Equity.
A falência do BES, no verão de 2014, marcou o início da queda do grupo, com sede no concelho de Vila Flor, em Benlhevai. O banco financiou o “braço” industrial da Sousacamp, que estava a construir uma unidade produtiva de cogumelos exóticos e outra de transformação de cogumelos em conserva (em lata e congelados), em Vila Real, tornando-se no principal credor da Varandas de Sousa, com uma dívida de 60 milhões de euros.
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