quarta-feira, 27 de julho de 2022

 A maior faca de bolso do mundo está em Bragança e entusiasma turistas de vários cantos do mundo a pagar mais de 50 euros por um exemplar das tradicionais navalhas de Palaçoulo, que lhe serviram de inspiração.


Mede quase quatros metros aberta e é assim que está exposta na parede de um empreendimento turístico, em pleno Parque Natural de Montesinho, junto com o certificado do Guinness World Records.

Passaram quase 20 anos e são mais os estrangeiros que sabem do feito do que as gentes da região onde as típicas navalhas de bolso fazem parte do quotidiano e elevaram a “aldeia industrial” a localidade de Palaçoulo, no concelho de Miranda do Douro, conhecida pela arte da cutelaria.

Foi inspirado numa peça original, a chamada “peliqueira”, que servia para tirar a lã às ovelhas, que Telmo Cadavez desenhou a maior faca de bolso do mundo, executada pelos irmãos Virgílio, Raúl e Manuel Pires de Palaçoulo.

“Fizeram em madeira de Freixo, o aço foi temperado na forja, a lâmina abre e fecha, está afiada e foi cunhada com a marca dos irmãos Pires e está aqui em exibição há quase 20 anos”, como disse à Lusa Telmo Cadavez.

O empresário do empreendimento turístico Cepo Verde contou que, na altura, pegou em fotografias, nos artigos que foram feitos e enviou para o Guinness, que passado um mês certificou a peça como “a maior faca de bolso do mundo, com 3,9 metros quando aberta e 122 quilogramas de peso”.

O certificado data de janeiro de 2003 e, até hoje, os autores da peça ainda não foram notificados de que o recorde tenha sido batido.

Para Telmo Cadavez, esta “é uma homenagem à arte de Palaçoulo, é uma curiosidade, é uma homenagem ao artesanato local, pequenas coisas que fazem potenciar uma arte tradicional e centenária”.

“É um objeto utilitário no bolso, mas é uma forma também de os incentivar (aos turistas) a visitar Miranda e também Palaçoulo, conto-lhes sempre que é uma aldeia pequenina, que não tem desemprego, que tem uma tipografia, que tem dois bancos, várias unidades industriais de cutelaria, uma tanoaria”, salientou.

Para Telmo Cadavez, Palaçoulo “é o exemplo de como é que devia ser o interior todo do país”.

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