Em “Essências” Josete Fernandes através de um conjunto de obras em pintura e escultura em aço que são “quase pedaços” da autora, que a remetem para a sua vida, nomeadamente a infância e juventude na aldeia de Cedães, em Mirandela. “É um trabalho cronologicamente variado e eu escolhi peças que refletem muito de mim”, explicou Josete Fernandes, que define a exposição como “autobiográfica”.
Na primeira parte da mostra com trabalhos mais dedicados à ruralidade, os retratos mostram a expressões dos rostos “cansados, fatigados”, porque a própria autora trabalhou muito na agricultura, pois ajudava os pais nas férias. “Depois evoluímos para uma parte mais urbana, onde há, sobretudo, uma crítica social mais urbana. É o meu amadurecimento enquanto pessoa e artista. A última parte reverte mais para a introspeção, por isso a série se chama antes do amanhecer, é que há o momento para pensar e refletir”, acrescimento.
Josete Fernandes já organizou várias exposições individuais, a última no Museu Municipal de Coimbra. “As peças em aço que estão patentes em Bragança são o resultado de uma obra que fiz de um enterro no cemitério de Morille, em Salamanca, onde apresentei um projeto em que enterrava uma mulher e levantei oura em aço, a cumprir o ciclo de vida da mulher. O projeto fascinou-me e resolvi tirar os personagens e colocá-las em aço para podermos andar à volta delas”, descreveu a artista.
Sem comentários:
Enviar um comentário