Os constrangimentos provocados pela pandemia já tinham criado problemas, mas o pior veio com a guerra na Ucrânia.
Todos os produtos de que necessitam, como garrafas, rolhas, rótulos, cartões, estão muito mais caros e vai ser difícil fazer repercutir essa subida de preços na venda ao público.
Vítor Rabaçal é um vitivinicultor de Carrazeda de Ansiães que produz cerca de 12 mil garrafas de vinho por ano.
A actividade na sua Quinta da Bulfata já começou a ficar mais dispendiosa durante a pandemia, mas a guerra na Ucrânia fez disparar os preços dos produtos.
“Com o aumento dos combustíveis, os custos de produção dispararam. No caso do vidro, temos situações com aumentos de perto de 100% ou mais, no cartão os aumentos são semanais, na produção da uva, os aumentos também foram brutais”, afirmou.
O problema vai ser repercutir o aumento do custo de produção na venda ao consumidor.
“Tudo indica que o poder de compra seja cada vez mais frágil e isto, obviamente, quando queremos vender a um preço maior, não para aumentar a margem de lucro, mas para suportar o brutal aumento de custos, sabemos que vai ser ainda mais difícil vender o produto final”, frisou.
Vítor Rabaçal não esconde que espera um ano muito difícil para a viticultura em geral.
Como se não bastasse, ainda há que contar, este ano, com a seca. Já foi anunciado que a produção de vinho deverá ficar aquém do esperado na primavera e ainda resta saber como as videiras se vão aguentar durante, pelo menos, mais um mês, até à vindima.
Tudo leva a crer que 2022 vai ser um ano de má memória para os produtores de vinho portugueses.
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