Entre eles, são produtos que ajudam a reduzir o colesterol, a aumentar a vitamina D2 e alguns corantes naturais e foram desenvolvidos no âmbito do projeto Valor Natural, cujas conclusões foram apresentadas segunda-feira, em Bragança.
“Foram quatro anos de trabalho e temos balanços muito positivos. Conseguimos desenvolver ingredientes naturais, especialmente em três áreas fundamentais: os corantes, os bioativos e os aromas. Conseguimos produzir protótipos e incorporá-los em produtos que agora estamos no processo de fazer o escalonamento a nível industrial para as empresas poderem produzir estes ingredientes e fornecer as empresas que fazem os produtos e colocar os produtos finais no mercado, já com estes ingredientes incorporados, como o pão ou o queijo.
Também foram incorporados os corantes em pastas de açúcar”, explicou Lilian Barros, a responsável pelo projeto.
A mesma responsável indicou que nos bioativos foram produzidos dois ingredientes, um rico em vitamina D2.
“Há uma grande carência dessa vitamina e o que pretendemos fazer é incorporar esse ingrediente nas farinhas de um dos elementos do consórcio e no pão produzido por outro dos parceiros, que terá a dose diária recomendada.
Essa vitamina foi obtida através de desperdícios de cogumelos.
Outro bioativo que produzimos através de cogumelos é um bioativo micoesterol. É um ingrediente que tem efeitos na redução do colesterol.
Foi introduzido numa bebida, como um iogurte, e em queijos. Ao comermos queijo estamos a ingerir colesterol mas, ao mesmo tempo, conseguimos reduzir esse colesterol que ingerimos em 30 por cento”, explicou.
Todos estes produtos estão patenteados.
Lilian Barros tem esperança que estes produtos possam estar disponíveis para os consumidores “brevemente”.
“Esperemos que os produtos cheguem ao mercado dentro de um ano. Agora é preciso fazer um grande investimento a nível das empresas, pois é preciso montar a nível industrial os processos desenvolvidos a nível laboratorial. Estes processos demoram algum tempo ao nível do desenho dos equipamentos, que não existem no mercado. Será necessário trabalhar com uma empresa metalúrgica para fazer o escalonamento de forma a termos aqui uma indústria a produzir este tipo de ingredientes”, destacou.
Por outro lado, em fase mais adiantada está um outro produto inovador criado pelos laboratórios do Politécnico de Bragança, com base na flor do castanheiro, que atua como conservante natural do vinho.
“O ingrediente da flor do castanheiro já está a ser aplicado no vinho, não só em Portugal mas em toda a Europa, pois já tivemos uma aprovação para produzir este ingrediente em 50 mil hectolitros de vinho. Estamos numa fase de acreditação do produto para o podermos colocar numa maior quantidade de vinho”, disse ainda.
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