Desiludido com a aparente indiferença nacional, o fadista presta a sua homenagem e depois de Sines será mesmo na Festa do Avante, por mais "cruéis" que considere serem as críticas feitas à presença na edição deste ano.
Não quis ler as críticas, mas segue a polémica. "Não li mas considero que são cruéis." Se a memória de Adriano Correia de Oliveira faz sentido em todos os lugares, a Festa do Avante talvez seja o lugar principal, " o Adriano foi um dos fundadores da Festa, esteve sempre presente em todas, e sempre se entregou às solicitações do partido, sabemos que a relação não acabou bem e o facto de ele ter morrido cedo também trouxe alguma obscuridade ao seu trabalho", refere o fadista que este ano lança dois álbuns de tributo ao cantor.
Depois de "ADRIANO 80" lançado no mês do nascimento, em Outubro escutaremos "ADRIANO 40 ". Vai ser lançado com um grande concerto a 16 de Outubro, data da morte de Adriano Correia de Oliveira. Aos que criticam a presença na Festa do Avante, por causa da posição do PCP face à guerra na Ucrânia, responde quase de rajada " Guerra? Isso vi eu" numa referência a Angola onde nasceu " vi homens e mulheres nus para serem fuzilados ou passar 8 dias fechado num sítio para não levar com uma bala na cabeça. Pois muito bem, vão tomar banho."
Presente pela primeira vez no Festival Músicas do Mundo, Paulo Bragança fala "num dia especial e bonito", onde foi possível reunir toda a sua equipa no Auditório do Centro de Artes de Sines. "São canções que sempre estiveram no meu reportório e que coincidem com este ano de celebração." À TSF, o fadista diz-se de coração cheio perante a reação do público a esta homenagem " chegam-me mensagens lindas, aquilo que recebo é muito grande, e é só o que quero. Nenhum cachet vale mais do que isto" , embora lamente que não se tenha organizado um grande concerto de homenagem nacional a um nome incontornável da música portuguesa: " é indecente. Uma vergonha."
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