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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

domingo, 31 de julho de 2022

Paulo Bragança prepara um “grande” concerto de homenagem a Adriano

 Um “grande” concerto de homenagem a Adriano Correia de Oliveira está a ser preparado pelo cantor Paulo Bragança para 16 de outubro, 40 anos após a morte do cantautor de intervenção, que se junta aos discos “Adriano80”, editado em junho, e “Adriano40”, a editar.


Para Paulo Bragança homenagear Adriano Correia de Oliveira “é imperativo”. “O facto de ter morrido tão cedo terá contribuído também [para o esquecimento], mas não se justifica”.

“Parece que é algo de propósito. Penso que algo maléfico. Penso que é algo de cruel, dado também todo o seu historial com o PCP. Mas é injusto porque Adriano Correia de Oliveira é, sem dúvida, um marco importantíssimo da música portuguesa, de sempre”, disse Paulo Bragança em entrevista à agência Lusa.

Visivelmente feliz por ter a banda inteira no Festival Músicas do Mundo de Sines (FMM), onde atuou na segunda-feira, uma vez que “nem sempre é possível ter cinco músicos em palco”, o cantor garante que, “ao vivo, é sempre mais dinâmico e orgânico”.

No presente, a gravação digital levanta-lhe “algumas questões”. “Sim, é um grande som, mas tenho de arranjar uma forma de equilibrar o analógico e o digital e fazer discos assim”, confessa. O fadista prefere uma “boa” gravação de um concerto “ao vivo”, do que um álbum de estúdio.

No dia 16 de outubro de 2022, 40 anos após o dia da morte de Adriano Correia de Oliveira, sairá “Adriano40”. Sobre o concerto ainda não há um local “fechado”, mas a ideia é fazer um “grande concerto”. É forma de Paulo Bragança agradecer e dizer “olha toma, Adriano, é para ti”.

“E gostaria de o gravar ao vivo. Gravar os dois discos num só. Vamos ver”, afirma. Uma homenagem ao Adriano faz hoje “mais sentido” do que faria logo a seguir ao 25 de Abril ou nos anos oitenta.

Quando se fala em renovação do fado, é inevitável falar de Paulo Bragança. A sua aparição na música portuguesa, no início dos anos de 1990, foi um sopro de modernidade e sensibilidade, desconfortável para alguns, estimulante para muitos.

"Amai", o seu segundo álbum, de 1994, que viria a ser integrado no catálogo da Luaka Bop de David Byrne, é um marco na história da música portuguesa. Artista no sentido mais autêntico (e romântico) da palavra, passou por uma fase de desencanto e ausência do país. Em 2017, regressou em definitivo a Portugal para uma segunda fase da sua carreira.

Utilizando o tempo verbal presente, Paulo Bragança refere-se ao músico João Aguardela (Sitiados, Linha da Frente, Megafone e A Naifa), que morreu em 2009, como a única pessoa que tem como amigo na música. E di-lo porque ainda hoje o considera e só terá percebido isso depois de algum tempo.

“O João acompanhou-me a um festival na Bretanha {França] e durante o ensaio de som diz-me que não o considero um cantor. Arrepiei-me a dizer isto. Querido João”, diz emocionado. Paulo Bragança partilhou a mesma 'manager', Laura Diogo (ex-Doce), com os Sitiados.

A música “Soldado”, dos Sitiados, integra “Cativo” (EP de 2018) e faz parte do alinhamento do concerto no FMM.


“Todas e quaisquer homenagens que se façam ao João Aguardela serão sempre poucas. Dentro de uma grande memória dos últimos trinta anos. o João merece todas as homenagens, tem temas tão bonitos, como 'As Sete Baladas'. Abraço-te, João”, remata Paulo Bragança.

Texto: Filipe Pedro/Lusa,
fotografia: Nuno Fernandes para o Diário de Trás-os-Montes

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