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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 9 de setembro de 2022

COMO SE FUNDOU O CONVENTO DO "BOM PASTOR" E O QUE FEZ A IRMÃ MARIA, POR ELE

Por: Humberto Pinho da Silva 
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")

Falar da Irmã Maria, na cidade do Porto, parece-me descabido, já que é sobejamente conhecida, assim como a notável obra realizada pelas Irmãs do Bom Pastor, que se dedicam, como se sabe, à reeducação de raparigas.
Sua Santidade, o Papa Paulo VI, analisando, escrupulosamente, a vida de Maria Droste, reconheceu-lhe a santidade, considerando-a Bem-Aventurada, a 1 de novembro de 1975.
Falemos, agora, da Casa do Bom Pastor e como a criaram na cidade do Porto:
Foi fundada por iniciativa de Dona. Jerónima do Valle, e de seu capelão, Padre. Luís Rua, em 1882, com cinco Irmãs, que vieram de Angers.
Instalou-se em 1883, na Rua do Vale Formoso, numa casa de campo, que ali existia. Recorreu-se a hipoteca, ficando a casa em nome do Padre. Rua.
De início progrediu rapidamente, mas, devido à má administração, endividou-se, de modo a perigar a existência.
Perante o descalabro, a 17 de maio de 1894, resolveram enviar, de Lisboa, a Irmã Maria, nobre e culta jovenzinha, que se destacou pela virtude e capacidade de liderança.
Mandaram-na de Caminho de Ferro para a Capital de Portugal. Em Medina (local onde o Príncipe da “Grã – Ventura” perdeu os caixotes) conheceu, por mero acaso, a mãe do velho Conde de Campo Belo, que lhe fez companhia até Lisboa.
Na Capital portuguesa auxiliava a Superiora e aprendia, também, o português.
Decorrido meses, tomou posse como Superiora do Convento do Porto, mas facilmente verificou que a casa estava quase em ruínas.
 Realizou, então, benfeitorias: fundou escola para as educandas aprenderem a ler (só em 1894, em Portugal, o ensino primário foi obrigatório); criou a Clausura para as Irmãs; e melhorou as instalações, para que a casa se tornasse num verdadeiro Convento.
Nesse tempo, no final do séc. XIX, o povo influenciado por sociedades secretas, era inclinado ao anticlericalismo.
O rapazio maltratava as Irmãs, apelidando-as de: " bruxas" e "Jesuítas".
Os insultos eram constantes, nem podiam abrir janelas que davam para a rua!
A situação económica da Casa tornou-se insuportável. O Convento carecia de obras urgentes, para funcionar dignamente.
No final de 1895, a Irmã Maria, pensou vendê-lo; mas seria, por certo, o fim do " Bom Pastor". Para onde iriam as infelizes raparigas? Abandoná-las? Preferia morrer, – pensava a Madre Superiora.
Conhecedora da aflitiva situação, a Casa – Mãe de Angers, envia o Abade Schober, na intenção de resolver, com a Irmã Maria, a desmedida carência.
Assentaram que a Casa de Angers e os pais da Irmã Maria, suportariam as despesas necessárias.
Para melhor esclarecimento, a Superiora e o Abade Schober deslocaram-se a Angers.
A pedido da Irmã Maria, no regresso a Portugal, D. Teotónio Ribeiro Vieira de Castro ficou como seu guia espiritual.
Nas numerosas cartas que lhe escreveu, foi explicando-lhe o meio como Jesus lhe falava: " Nunca contemplei alguma coisa com os olhos ou ouvidos; tudo decorre num íntimo, como se uma voz falasse e a escutasse no coração."
Várias foram as revelações que Jesus lhe comunicou nesses enternecedores diálogos, entre eles: que o guia espiritual viria a ser bispo, mas só depois da sua morte.
Desejava a Irmã Maria, bastante enferma e com dores lancinantes, erguer capela ao sagrado Coração de Jesus, mas faleceu antes de a concretizar. Todavia as Irmãs concluíram a igreja, em 1910, ano em que foram expulsas, e o Convento transformado em quartel, destruindo a igreja.
Só em junho de 1978, as Irmãs conseguiram levantar a igreja, no Convento de Ermesinde.
Correram muitos anos após a morte da beata Maria Droste do Divino Coração de Jesus, até que em novembro de 1944 abriram o caixão e verificaram que o corpo estava intacto. Os pés e as mãos tinham aspecto normal, apenas o rosto, – estando perfeito, – apresentava-se escuro.
Oito anos depois, foi noticiado que Isabel dos Santos, que sofria de grave peritonite de origem tuberculosa, na noite de 6 para 7 de dezembro de 1952, ficou totalmente curada. Milagre verificado por três médicos e pessoal de enfermagem.
Era o primeiro milagre atribuído à intervenção da Irmã Maria Droste.
 
BIBLIOGRAFIA:
 “Maria do Divino Coração Droste Zu Vischering” – Bierbaum - Apostolado da Imprensa -1966.
“Irmã Maria” Edição da Casa Provincial das Irmãs do Bom Pastor “ – 1965
“ mais nobre pela caridade" -A.  Ricciardi–  1977
“ Autobiografia da Beata Maria do Divino Coração” – Congregação de N.ª S.ª da Caridade do Bom Pastor, Lisboa -1993

Humberto Pinho da Silva
nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG”. e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".

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