Esta é aquela notícia transversal tão característica do dia-a-dia de quem acompanha, com mais proximidade, a política local.
É daquelas verdades de La Palisse que, além de inegável, chega a um ponto em que já nem é possível de disfarçar.
E a parte mais interessante é que todos, direta ou indiretamente, estão envolvidos. Especialmente quando se trata de meios mais pequenos onde facilmente existem ligações familiares, interesses instalados e, claramente, facilidade nos processos.
Em meios pequenos, como o nosso (por exemplo), é fácil perceber quais são as famílias que representam mais votos, quem mais interessa (ou vale) e, apenas por isso, são como que prioritárias e representativas da quase instantânea necessidade de "apanhar alguém" ou "meter algum" porque, convenhamos, basta meter um para ter o voto de todos, independentemente do valor técnico e/ou profissional.
Essas pessoas são, muitas das vezes, até descuradas, colocadas em segundo plano. Chegando ao ponto de contratar e nem serviço ter para dar ao trabalhador. Afinal, desde que os votos deles e dos restantes familiares estejam, como dizem sem problema alguns dos interessados, "do lado de cá", a sua função ali está cumprida!
Neste momento ocorre-me uma frase que já ouvi, em testemunhos de vários representantes de juntas de freguesia, e que ouvem, pelos vistos muitas vezes, ao telefone, quando pedem auxílio aqueles que detêm o poder de decisão: "tenho que saber para onde caem os votos. Andas a voar muito alto".
Características como o mérito, a qualidade, a prestabilidade, a dedicação e a salvaguarda do interesse comum, tão essenciais em qualquer cargo, neste caso público dão, muitas vezes e facilmente lugar ao partidarismo, ao clubismo, ao bandeirismo, ao clientelismo, entre tantos outros adjectivos.
É o caminho mais rápido e direto para a manutenção do poder. Os votos têm o mesmo valor apesar das pessoas poderem não o ter como profissionais.
Esta é uma realidade inegável, que todos reconhecem, apontam, criticam e no final, aceitam. Os mesmos que facilmente terão um caso, nem que afastado, na família, de forma direta ou indireta.
E o mais grave é que em meios pequenos, cada vez mais afetados pela desertificação e fuga de jovens para o litoral, realidades como esta conseguem inclusivamente canibalizar o próprio mercado de trabalho interno da região, privando o sector privado, com clara falta de mão de obra, da mesma, chegando ao ponto de lhe fazer concorrência, muitas das vezes a troco de salários mais baixos mas, pelos vistos, suficientes para uma vida de baixas ambições.
E somos coniventes com isto. Todos sem exceção. Porque sabemos que esta é uma realidade das muitas que estão erradas no processo político e eleitoral.
Porque admitimos e continuamos a alimentar aquele que será o caminho, a médio/longo prazo, da completa destruição das regiões mais fragilizadas e com maior necessidade de inverter essa situação de forma a conseguir manter cá os jovens que ainda têm ambição, que estudam e lutam para atingir cargos bem remunerados com base nas suas qualidades, qualificações e desejos.
Tudo em nome da manutenção do poder, doa a quem doer...
É daquelas verdades de La Palisse que, além de inegável, chega a um ponto em que já nem é possível de disfarçar.
E a parte mais interessante é que todos, direta ou indiretamente, estão envolvidos. Especialmente quando se trata de meios mais pequenos onde facilmente existem ligações familiares, interesses instalados e, claramente, facilidade nos processos.
Em meios pequenos, como o nosso (por exemplo), é fácil perceber quais são as famílias que representam mais votos, quem mais interessa (ou vale) e, apenas por isso, são como que prioritárias e representativas da quase instantânea necessidade de "apanhar alguém" ou "meter algum" porque, convenhamos, basta meter um para ter o voto de todos, independentemente do valor técnico e/ou profissional.
Essas pessoas são, muitas das vezes, até descuradas, colocadas em segundo plano. Chegando ao ponto de contratar e nem serviço ter para dar ao trabalhador. Afinal, desde que os votos deles e dos restantes familiares estejam, como dizem sem problema alguns dos interessados, "do lado de cá", a sua função ali está cumprida!
Neste momento ocorre-me uma frase que já ouvi, em testemunhos de vários representantes de juntas de freguesia, e que ouvem, pelos vistos muitas vezes, ao telefone, quando pedem auxílio aqueles que detêm o poder de decisão: "tenho que saber para onde caem os votos. Andas a voar muito alto".
Características como o mérito, a qualidade, a prestabilidade, a dedicação e a salvaguarda do interesse comum, tão essenciais em qualquer cargo, neste caso público dão, muitas vezes e facilmente lugar ao partidarismo, ao clubismo, ao bandeirismo, ao clientelismo, entre tantos outros adjectivos.
É o caminho mais rápido e direto para a manutenção do poder. Os votos têm o mesmo valor apesar das pessoas poderem não o ter como profissionais.
Esta é uma realidade inegável, que todos reconhecem, apontam, criticam e no final, aceitam. Os mesmos que facilmente terão um caso, nem que afastado, na família, de forma direta ou indireta.
E o mais grave é que em meios pequenos, cada vez mais afetados pela desertificação e fuga de jovens para o litoral, realidades como esta conseguem inclusivamente canibalizar o próprio mercado de trabalho interno da região, privando o sector privado, com clara falta de mão de obra, da mesma, chegando ao ponto de lhe fazer concorrência, muitas das vezes a troco de salários mais baixos mas, pelos vistos, suficientes para uma vida de baixas ambições.
E somos coniventes com isto. Todos sem exceção. Porque sabemos que esta é uma realidade das muitas que estão erradas no processo político e eleitoral.
Porque admitimos e continuamos a alimentar aquele que será o caminho, a médio/longo prazo, da completa destruição das regiões mais fragilizadas e com maior necessidade de inverter essa situação de forma a conseguir manter cá os jovens que ainda têm ambição, que estudam e lutam para atingir cargos bem remunerados com base nas suas qualidades, qualificações e desejos.
Tudo em nome da manutenção do poder, doa a quem doer...
Era suposto que as instituições públicas fossem as maiores cumpridoras da Constituição da nossa República.
ResponderEliminarLamentavelmente são as maiores infratoras. Nas autarquias locais é escandaloso o modo como são seleccionados os novos Recursos Humanos. Fingem que abrem concursos públicos mas ao vermos as listas com os “putativos” candidatos… é só olhar para os nomes e já ficamos a saber quem vai ocupar os lugares. Em caso de dúvida, é só olhar para os apelidos ou perguntar se fulano, ou fulana, pertence ao partido.
As autarquias deveriam fazer um levantamento SÉRIO das necessidades e lacunas no que concerne a Recursos Humanos e depois, sim, abrir o concurso e “ficar” com os que provassem ser os melhores para dignificarem o lugar.
Mas não é nada disso. A prioridade é traçada deste modo.
1 - Temos o Manel para meter na Câmara.
2 – Temos que ver onde o metemos e que concurso se vai (fingir) que abrimos para o meter.
• Está decidido.
3 – Abre-se um concurso para um lugar qualquer com pressupostos que encaixem no modelo e… está feito.
• Se o indivíduo for meio brutinho, a opção “entrevista” trata de resolver o assunto.
E depois… é o que se sabe. Ao primeiro dia tratam toda a gente por tu (os seus velhos camaradas). Ao 2º mês já metem horas extraordinárias e entram à hora que lhes apetecer e a seguir vão para o bar. Ao 3º mês, já fazem parte de júris de concursos públicos estando em categorias de acesso. Ao 4º mês já mandam mais do que o superior hierárquico. Ao 5º mês já são, potenciais, candidatos a chefias.
Obrigações? Poucas. Pagar as quotas do partido. Ir às reuniões e aos estrelóquios do partido. Aparecer nos eventos do patrão para haver gente nas fotografias.
Mais uma vez refiro que as exceções, que existem, apenas servem para confirmar a regra.
O descrito e as exceções existem em todos os partidos políticos. Falta muito para podermos dizer que Portugal é um País onde a Democracia funciona. Funcionar funciona… para os boys e os “his master voice”.
HM