No final da reunião semanal do Conselho de Ministros, hoje realizada em Castelo Branco, Ana Abrunhosa revelou ainda que as medidas de atração de pessoas para o interior, como os programas "Trabalhar no Interior" e "Regressar", mobilizaram 2.800 pessoas para estes territórios.
O "Trabalhar no Interior" prevê um apoio máximo de 4.800 euros às pessoas que se mudem do litoral para o interior, enquanto o "Regressar" prevê um subsídio até 7.600 euros para as pessoas que se desloquem do estrangeiro para o interior do país.
Segundo a ministra da Coesão Territorial, o distrito de Castelo Branco foi o mais procurado entre os cidadãos que foram do litoral para o interior, com cerca de 300 pessoas, tendo sido o segundo que mais acolheu pessoas anteriormente residentes no estrangeiro, com cerca de 200.
Ana Abrunhosa apontou ainda dados relativos a apoios a empresas no âmbito de sistemas de incentivos para territórios do interior, tendo sido aprovados 3.000 projetos nestes territórios, que perfazem um investimento de 3.000 milhões de euros.
"Portanto, diria que é uma avaliação muito positiva em relação aos números deste programa", sublinhou a ministra da Coesão Territorial.
O Programa de Valorização do Interior foi aprovado em Conselho de Ministros em julho de 2018 e foi revisto em 2021.
Atualmente, segundo a ministra, tem quatro dimensões: pessoas, empresas, território e fronteira, e sistema científico e tecnológico.
O Governo decidiu retomar a realização de reuniões descentralizadas do Conselho de Ministros, tendo nos últimos dois dias vários membros do executivo visitado os concelhos do distrito de Castelo Branco, no âmbito da iniciativa “Governo Mais Próximo”.
A iniciativa tinha começado em 2020, mas teve de ser interrompida devido ao início da pandemia de covid-19, após uma única reunião no distrito de Bragança.
Questionada no ‘briefing’ sobre o compromisso de continuar a reduzir as portagens nas autoestradas do interior, Ana Abrunhosa referiu que o ministro das Infraestruturas esteve reunido na quarta-feira em Castelo Branco com a Plataforma P’la Reposição das Scut A23 e A25 e que haverá uma nova reunião no próximo mês.
“Até ao dia 15 de fevereiro vamos trabalhar dentro do Governo para dar uma resposta que esclareça de uma vez por todas qual é a posição do Governo relativamente às portagens do interior e da A22 [no Algarve]”, afirmou.
A ministra reiterou que as portagens no interior são “um custo de contexto”, sem constituir um enviesamento das políticas de aposta nos transportes públicos, e lembrou que o Orçamento do Estado prevê a criação de um grupo de trabalho com vários ministérios para repensar o modelo de serviço público nesta área.
“Reduzir as portagens é em si contraditório com uma política pública que deve criar incentivos para uso dos transportes coletivos. Acontece que no interior temos de trabalhar muito na criação de um sistema de mobilidade, que não existe. Não existindo, as portagens são mesmo um custo de contexto”, declarou.
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