Por: Paula Freire
(colaboradora do Memórias...e outras coisas...)
Inventei as palavras que não pude dizer-te por serem fáceis demais. Porque tinham que ser princípio. Porque tinhas que viver nelas antes do tempo começar. E sorrir como as crianças sorriem quando acreditam no amor para sempre.
Para o que te posso oferecer, és infinitamente mais. E eu, um feliz insuficiente que se contenta com murmúrios roucos e mãos trémulas de querer-te. Um ponto de interrogação que não entende os sentidos puros da alma.
Não sei se já te contei, mas sabe que não há contos de fadas. Apenas segredos que crescem em ti e que não tremem inseguros somente pelo tanto que os apertas contra o peito. Só por isso não te permites ser infinito como as horas.
Ah! Se assim não fosse, quanta eternidade encontrarias no mundo que és! E ousarias a liberdade para gritar o que não suportas deixar de querer.
Gosto de olhar-te pelo canto do meu silêncio. Admiro-te a perfeição como se os meus dedos tocassem o centro imaculado de uma rosa do deserto. Adivinho-te no impossível de tantas certezas. E o abandono rasga-me o grito mudo de todas as sedes que calo dentro de mim.
Distante, o mundo vive com outras guerras e outras mágoas. As minhas, guardo-as religiosamente nas raízes que, um dia, plantei para ti.
Sei que já não te recordas, que a imaginação te atraiçoa, porque o passado, por vezes, é demasiado longe e encoberto de sombras, mas já foste um sol no meu corpo. Brando e apetecível como o calor que nos deixa sedentos de aromas frescos.
Sei… há um ténue vibrar da minha voz que ainda pressentes.
Se o pudesses escutar! Seria feliz um instante que fosse se, no fundo da memória, abraçasses essa ternura que se mantém luz acesa, no meu colo de amar-te.
Para o que te posso oferecer, és infinitamente mais. E eu, um feliz insuficiente que se contenta com murmúrios roucos e mãos trémulas de querer-te. Um ponto de interrogação que não entende os sentidos puros da alma.
Não sei se já te contei, mas sabe que não há contos de fadas. Apenas segredos que crescem em ti e que não tremem inseguros somente pelo tanto que os apertas contra o peito. Só por isso não te permites ser infinito como as horas.
Ah! Se assim não fosse, quanta eternidade encontrarias no mundo que és! E ousarias a liberdade para gritar o que não suportas deixar de querer.
Gosto de olhar-te pelo canto do meu silêncio. Admiro-te a perfeição como se os meus dedos tocassem o centro imaculado de uma rosa do deserto. Adivinho-te no impossível de tantas certezas. E o abandono rasga-me o grito mudo de todas as sedes que calo dentro de mim.
Distante, o mundo vive com outras guerras e outras mágoas. As minhas, guardo-as religiosamente nas raízes que, um dia, plantei para ti.
Sei que já não te recordas, que a imaginação te atraiçoa, porque o passado, por vezes, é demasiado longe e encoberto de sombras, mas já foste um sol no meu corpo. Brando e apetecível como o calor que nos deixa sedentos de aromas frescos.
Sei… há um ténue vibrar da minha voz que ainda pressentes.
Se o pudesses escutar! Seria feliz um instante que fosse se, no fundo da memória, abraçasses essa ternura que se mantém luz acesa, no meu colo de amar-te.
Paula Freire - Natural de Lourenço Marques, Moçambique, reside atualmente em Vila Nova de Gaia, Portugal.
Com formação académica em Psicologia e especialização em Psicoterapia, dedicou vários anos do seu percurso profissional à formação de adultos, nas áreas do Desenvolvimento Pessoal e do Autoconhecimento, bem como à prática de clínica privada.
Filha de gentes e terras alentejanas por parte materna e com o coração em Trás-os-Montes pelo elo matrimonial, desde muito cedo desenvolveu o gosto pela leitura e pela escrita, onde se descobre nas vivências sugeridas pelos olhares daqueles com quem se cruza nos caminhos da vida, e onde se arrisca a descobrir mistérios escondidos e silenciosas confissões. Um manancial de emoções e sentimentos tão humanos, que lhe foram permitindo colaborar em meios de comunicação da imprensa local com publicações de textos, crónicas e poesias.
O desenho foi sempre outra das suas paixões, sendo autora das imagens de capa de duas obras lançadas pela Editora Imagem e Publicações em 2021: Cultura sem Fronteiras (coletânea de literatura e artes) e Nunca é Tarde (poesia).
Prefaciadora do romance Amor Pecador, de Tchiza (Mar Morto Editora, Angola, 2021) e da obra poética Pedaços de Mim, de Reis Silva (Editora Imagem e Publicações, 2021).
Autora do livro de poesia Lírio: Flor-de-Lis (Editora Imagem e Publicações, 2022).
Em setembro de 2022, a convite da Casa da Beira Alta, realizou, na cidade do Porto, uma exposição de fotografia sob o título: "Um Outono no Feminino: de Amor e de Ser Mulher".
Atualmente, é colaboradora regular do blogue "Memórias... e outras coisas..."-Bragança, da Revista HeliMagazine e da Revista Vicejar (Brasil).
Há alguns anos, descobriu-se no seu amor pela arte da fotografia onde, de forma autodidata, aprecia retratar, em particular, a beleza feminina e a dimensão artística dos elementos da natureza, sendo administradora da página de poesia e fotografia, Flor De Lyz.
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