De 26 a 29 de janeiro, muitos visitantes e vendedores rumaram a Macedo de Cavaleiros, uns pela primeira vez e outros repetentes naquelas andanças desde as primeiras edições do certame. É o caso de Francisco Cangueiro, que veio diretamente de Palaçoulo, no concelho de Miranda do Douro, para vender o tradicional material de cutelaria. No sábado, dia 28, a afluência ao stand do expositor mirandês aumentava à medida que o sol se punha, aquando da chegada dos caçadores das batidas que marcaram esse dia. "Venho desde o principio da feira. Nos dois primeiros dias houve um bocadinho de escassez de gente. Ma digamos que está como antes da pandemia".
Questionado sobre a quebra de vendas, associada à subida dos preços de produção, o artesão caracteriza a situação como “uma calamidade”. "As matérias-primas subiram brutalmente e nós temos que ajustar o preço porque, quando dermos por ela, estaremos a perder dinheiro. Não sei onde isto vai parar. Está a ser una calamidade, a nível de preços".
Ao contrário de Francisco Cangueiro, para outros, esta foi a primeira vez que marcaram presença na Capital da Caça e houve até quem atravessasse a fronteira para participar no evento. Suso veio de Pontevedra, na vizinha Espanha, para vender vestuário e adereços associados à atividade cinegética. "É a primeira vez. Disseram-me que era uma feira muito bonita e boa e cá estou. Vendo roupa de caça. Há gente mas não gastam muito dinheiro".
Como não podia deixar de ser, Macedo de Cavaleiros acolheu também os filhos da terra para darem a conhecer as potencialidades do concelho, como é o caso das Confeções Moreirinhas. Bruna Venceslau e o irmão, num negócio que tem passado de geração em geração, marcam também presença na terra-natal em todas as edições da Feira da Caça e do Turismo, num stand exclusivamente ligado à venda de capotes e samarras transmontanas. "Isto começou como uma brincadeira minha e do meu irmão, que era caçador e começou a vender algumas samarras e capotes aos colegas dele. Depois decidimos alugar um stand para expor produtos que já são de há três gerações. As Confeções Moreirinhas já vêm da época do meu avô".
Sobre o volume de vendas no terceiro dia da Feira da Caça e Turismo, Bruna define o negócio como “brilhante”. "Não tenho palavras para descrever. Está a decorrer de uma forma brilhante. As pessoas estavam mesmo com vontade de nos ver".
No último dia de feira, Benjamim Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros, apontou a Vigésima Quinta Feira da Caça e Turismo, como uma das maiores edições do certame macedense. "Tivemos afluência como nunca".
Além do sucesso do evento em si, toda a riqueza gerada em torno da feira, nomeadamente na restauração e hotelaria, é motivo de orgulho para o concelho de Macedo de Cavaleiros. "Todos os hotéis e alojamento locais estiveram esgotados. Os concelhos vizinhos também tem tido os seus alojamentos preenchidos. Mexe com toda a economia da região".
Benjamim Rodrigues vê a atividade da caça como um fator de desenvolvimento, tendo em conta que o turismo cinegético está a crescer cada vez mais.
A nível de receitas geradas nesta edição, ainda é cedo para fazer contas, mas prevê-se um aumento em relação aos anos anteriores.
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