Por: Carlos Pires
(colaborador do Memórias...e outras coisas...)
Carimbo que certifica a data da Exposição Internacional do Rio de Janeiro, realizada em 1922-1923, em que foi exposta a 1.ª fotografia aérea do Castelo de Bragança. |
Muito provavelmente, esta será a 1.ª fotografia aérea de Bragança, tirada e revelada por Serafim Cardoso Pimenta – militar, tenente, colocado em Bragança em 1919 –, raro fotógrafo amador de qualidades reconhecidas e porventura também o primeiro fotógrafo amador conhecido por terras bragançanas. A Serafim Cardoso Pimenta, natural de Longa, Tabuaço, nascido em 1889, nos referimos recentemente em “Memórias… e outras coisas”, onde publicámos a 1.ª fotografia aérea do Castelo de Bragança, igualmente captada e revelada por ele, distinguida com medalha de ouro na Exposição Internacional do Rio de Janeiro, realizada em 1922-23 (informação certificada pelo carimbo contido no verso da foto que então divulgámos).
Muito provavelmente também, a 1.ª fotografia aérea de Bragança que hoje aqui se divulga, cujos negativos estão na posse do Museu Abade de Baçal – e de que possuo, por afortunado e mero acaso, uma revelação feita pelo próprio Serafim Cardoso Pimenta –, terá sido tirada, quem sabe, no mesmo voo do primeiro avião que aterrou em Bragança, nos lameiros do Poulão (um Wikers II, como anota Waldemar Correia) talvez entre 1920 e 1922 (data que admito por pura dedução lógica, com base no carimbo a que fizemos referência).
Lindo, lindo, especulação minha, teria sido que esse avião, quiçá o primeiro avião que aterrou em Bragança (e sem querer desrespeitar a informação de Waldemar Correia) tivesse sido pilotado por um dos primeiros quatro aviadores portugueses, também bragançano – o guarda-marinha da Administração Naval António Joaquim Caseiro, nascido em Bragança em 26 de Outubro de 1887, como refere Henriques-Mateus em “Portugal na Aventura de Voar”, 2.º volume, pág. 95. De acordo com a mesma fonte, três destes aviadores, militares, oficiais, frequentaram em França a Escola de Aviação de Chartres, tendo António Joaquim Caseiro realizado as provas de “brevet” em 1916, início da 1.ª Guerra Mundial. O aviador bragançano foi companheiro do lendário Sacadura Cabral, tenente da Armada, nascido em Celorico da Beira em 23 de Maio de 1881, e de Santos Leite, tenente de Infantaria, natural de Penacova, onde nasceu em 21 de Março de 1884.
Lindo, lindo, especulação minha…
Carlos Pires é natural de Macedo de Cavaleiros, tendo adoptado a pequena aldeia de Meles, onde crestou à solta nas férias grandes, como o seu verdadeiro berço. Como jornalista, fez parte das Redações do "Tempo", "Portugal Hoje", " Primeira Página", "Liberal", "Semanário" e da revista de economia "Exame" (de que foi editor). Em Bragança, colaborou no semanário "Mensageiro de Bragança" (1970-72), tendo sido co-fundador do semanário "ÈNÍÉ - uma voz do Nordeste Português" (1975) e da publicação "Domus", da Casa de Cultura da Juventude de Bragança (1977-78).
Foi assessor de imprensa de Maldonado Gonelha, ministro da Saúde (1983-85).
Entrou para o Infarmed em fins de 2000, depois de ter sido assessor de imprensa da ministra Elisa Ferreira, nos dois governos de António Guterres, primeiro no Ministério do Ambiente, depois no Planeamento (1995-2000).
No Infarmed criou o Gabinete de Imprensa, tendo sido porta-voz da instituição durante mais de uma dúzia de anos.
Alguns aspetos marcantes: a iniciativa da realização de um curso para jornalistas (2001), ministrado por peritos do Infarmed, em que os principais órgãos de informação estiveram representados, sobre o ciclo de vida do medicamento; a elaboração do jornal da instituição, "Infarmed Notícias", trimestral (de que é coordenador/editor/redator), tendo publicado já 78 números; a edição especial de Janeiro de 2018, com 120 testemunhos sobre o INFARMED na altura conturbada da ideia controversa da sua deslocalização para o Porto (depois editada em livro); e ainda a publicação de um livro, editado pela Âncora, "Redondilhando", que nasce no seio da instituição e cujo prefácio foi assinado por Ernesto José Rodrigues.
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