O ano passado, a quebra foi mais de metade e os agricultores não querem que o cenário se repita. A produtora Helena Cordeiro, de Algoso, não está com grandes expectativas para esta campanha.
“Estão a vir umas geadinhas e não sei se amêndoa vai pegar. Tenho receio que aconteça o mesmo que no ano passado, porque se queima a flor, já não há amêndoa”, disse.
Já Martina Castro, de Miranda do Douro, espera que este ano não venham geadas, visto que na campanha anterior teve uma quebra de 80%.
“Já se pode ver a flor e em algumas já caiu a flor e já se começa a ver a amêndoa. Esperemos bem que seja um ano de amêndoa, já que o ano passado não houve amêndoa nenhuma. Esperamos que este ano, se não houver grandes geadas, que haja bastante amêndoa”, referiu.
O preço da amêndoa é outra das preocupações dos produtores. Devido à pandemia e à guerra, o poder de compra das pessoas diminuiu e o consumo do fruto é cada vez menor. E Martina Castro sente isso nas vendas.
“Eu continuo a vender a amêndoa ao preço que vendia há 10 anos. Não é um fruto valorizado. As pessoas que antigamente levavam um quilo, agora levam meio quilo”, afirmou.
De acordo com o presidente da Cooperativa Agrícola de Produtores de Amêndoa de Trás-os-Montes e Alto Douro, Bruno Cordeiro, produzir o fruto deixou de ser viável.
“O preço da amêndoa tem vindo a descer sistematicamente, os custos de produção aumentam todos os dias e hoje em dia consideramos que amêndoa já não é um produto com grande viabilidade. Até compensava plantar amendoais e agora já não compensa, inclusive considero que alguns até vão ficar ao abandono. O preço do miolo hoje andará mais ao menos entre os 3,5 e os 4 euros o quilo, há cinco ou seis anos o preço estava o dobro, estava a 8 euros o miolo”, sublinhou.
O ano passado a cooperativa recebeu cerca de um milhão de quilos de amêndoa, metade do que costuma receber dos 1500 associados, de vários concelhos do Norte do país.
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