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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

SANTUÁRIO DE SÃO BARTOLOMEU, BRAGANÇA! Altaneiro Lugar Sacro da Cidade!

 Das primeiras notícias referentes à sacralidade do local, «As Memórias de Bragança», de José Cardoso Borges (1621), referem que «no mais alto se vê a ermida de S. Bartolomeu, que por este nome o faz conhecido e também pelos muitos mananciais de excelente água em que se desata». Relativo a 1634, o Abade de Baçal dá notícia que o Bispo de Miranda, D. Jorge de Melo, mandou que se procedesse a obras na ermida. Mais tarde,, até meados do século XX o promontório do cabeço esteve em relativo estado de ignorância e a ermida em degradação. Até que certo dia um caçador, quando ali comia a merenda, lhe aflorou a ideia de potenciar o espaço com vista panorâmica para a cidade, reconstruir o templo e fazer renascer a romaria. Dito e feito, João da Cruz Dias Parente (1913-2001), administrador do Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Bragança, desenvolveu os melhores ofícios para congregar vontades institucionais e particulares de modo a tornar o monte de São Bartolomeu um lugar religioso, turístico e lúdico. 



O projeto paisagístico foi assumido pelo arquiteto Albino Mendo, colega de Liceu de Dias Parente, e as obras custeadas pela Câmara Municipal de Bragança e as juntas de freguesia de Samil e de São Pedro. Em 1947, estava organizada a comissão de Festas, presidida pelo mentor. Foram então construídas a casa da mordomia, da quermesse e de guarda do fogo-de-artifício e procedeu-se à inauguração do miradouro pelo Governador-civil, cabendo ao padre Luís Ruivo os ofícios litúrgicos. No ano seguinte, inauguraram-se dois coretos (só subsiste um) e, em 1949, iniciou-se a construção da icónica escadaria voltada para o castelo a Norte, dando acesso pedonal ao santuário a partir da «Estrada do Turismo». No lado oposto, em 1951 rasgou-se a estrada para acesso de pessoas, viaturas e animais. Com um novo e mais personalizado templo religioso, inaugurado em 1955, o alto de São Bartolomeu ganhou nova vida e recolocou-se no mapa da cidade. A festa, celebrada a 24 de agosto, tornou-se muito concorrida por romeiros da cidade e aldeias limítrofes. Celebrada dois dias depois da solenidade de Nossa Senhora das Graças, as festividades quase se fundiam. Mas a partir de finais do século XX o fulgor religioso esvaiu-se e o espaço perdeu funcionalidade!

Sobrelevada e como que a velar a urbe, a Igreja assenta numa primeira estrutura que serve interiormente de arrumos. O edifício tem dois volumes assimétricos, o correspondente à nave e o relativo ao altar-mor, mais baixo e estreito e orientado para Nascente. É de linhas direitas, rebocado e pintado de branco e telhados de dupla água com quatro pináculos piramidais nos cantos. A frontaria, com escadas laterais de acesso, porta de ferro e cinco janelas emolduradas em arcos de volta perfeita, termina em empena interrompida pelo campanário. Este é de dupla sineira em vãos de arco de volta perfeita, com pináculos piramidais na cornija, onde assenta pequena estrutura triangular, com vão para uma terceira sineira. É coroado por cruz de ferro em calha. As fachadas laterais são rasgadas por duas janelas gradeadas e a posterior é cega, a terminar em empena, centrada por pequena cruz de pedra.
No interior do templo, bem iluminado por nove pontos de entrada de luz, sobressai singelo altar-mor, elevado por plataforma de mármore. A talha é pintada a branco e a mesa, em forma de urna, tem filamentos e elementos fitomórficos a dourado. O retábulo, à face, é em meia-lua, sendo o nicho, que acolhe o Orago São Bartolomeu, definido por decoração vegetalista. De veste azul e manto vermelho com bordado dourado, a mão que segura a Sagrada Escritura prende o Demónio por corrente, enquanto o pisa. A mão direita ergue a arma do martírio.
Ver e ser visto, do Santuário de São Bartolomeu descortina-se uma vista ímpar da cidade.

Susana Cipriano e Abílio Lousada

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