No âmbito do “Mês das Línguas”, os alunos dos 6º e 7º anos da Escola Secundária de Miranda do Douro participaram numa palestra dedicada aos “Chamadeiros”, a designação dos lugares e sítios, em mirandês, um tema que foi explicado pelo secretário da Associação de Língua e Cultura Mirandesa (ALCM), Alcides Meirinhos.
A palestra realizou-se na tarde do dia 28 de maio, no auditório da escola secundária, onde Alcides Meirinhos, explicou que a toponímia (ou os nomes dos lugares e sítios) são também marcas identitárias de cada localidade.
“Os chamadeiros, tão utilizados na região da Terra de Miranda, são os nomes mais antigos ditos em mirandês. E isto evidencia que a língua mirandesa não é só um instrumento de comunicação, é também um elo identitário das populações desta região. Por essa razão, os alunos facilmente se identificaram com os “chamadeiros” da sua aldeia ou localidade”, explicou.
A Associação de Língua e Cultura Mirandesa (ALCM) indicou que no seu trabalho de recolha, já registou um grande número dos “Chamadeiros” utilizados nas várias localidades do concelho de Miranda do Douro.
“Falta agora geo-referenciá-los, para que possam ser localizados através do Google Earth”, indicou.
Segundo o secretário da ALCM, Alcides Meirinhos, a preservação e transmissão da língua e cultura mirandesa aos mais jovens, passa necessariamente por despertar neles o sentido de pertença à Terra de Miranda.
A palestra inseriu-se no “Mês das Línguas”, uma iniciativa coorganizada com município de Miranda do Douro, que segundo o professor de Língua e Cultura Mirandesa, Duarte Martins, teve como propósito chamar a atenção dos alunos para a importância dos idiomas.
“Com o “Mês das Línguas” quisemos que os alunos tivessem consciência de que no mundo globalizado de hoje é imprescindível estudar, aprender e comunicar em diversos idiomas. Conhecer outras línguas e culturas é um enriquecimento pessoal e uma mais valia profissional futura”, justificou.
Desde 2004, a lecionar a disciplina de Língua e Cultura Mirandesa, Duarte Martins, mostrou-se feliz pela grande adesão (80%) dos alunos das escolas de Miranda do Douro.
“Atualmente a Língua e Cultura Mirandesa é uma disciplina extracurricular e opcional. Na nossa perspectiva é importante que o mirandês passe a ser uma disciplina curricular, à semelhança de outras línguas como o inglês, o espanhol ou o francês”, defendeu.
No ano letivo 2023/24, o Agrupamento de Escola de Miranda Douro (AEMD) contava com 584 alunos inscritos, entre os quais 439 alunos escolheram a disciplina de Língua e Cultura Mirandesa para as suas atividades extracurriculares, o que representa 75% da população estudantil do concelho de Miranda do Douro.
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