Numa nota escrita, o município do distrito de Bragança avançou que esteve reunido na terça-feira com o secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Espírito Santo, tendo sido garantida a assinatura do “despacho ministerial tripartido de forma a permitir que a Infraestruturas de Portugal (IP) dê sequência ao protocolo de cooperação com a autarquia para a realização do projeto e da execução das obras de requalificação da ponte Engenheiro Machado Vaz”.
Numa primeira fase, a IP vai suportar 85% dos custos da elaboração do projeto, com um valor estimado de 300 mil euros. Depois, será elaborado um orçamento para a execução da obra, que terá a mesma comparticipação. O município de Mirandela suportará o restante.
A infraestrutura, conhecida como “Ponte Nova”, foi inspecionada por uma entidade externa em várias categorias em 2021 e em 2023, onde se concluiu que “apresenta algumas patologias que devem ser tratadas a curtíssimo prazo”, explicou à Lusa Orlando Pires, o vice-presidente do município.
“Desde 2021 que este executivo tem tido interações com o Governo. Este assunto ficou na pasta de transição entre governos. Este Governo avaliou a obra e comprometeu-se na terça-feira, em Lisboa, numa reunião a emitir um despacho que autoriza a Infraestruturas de Portugal (IP) a apoiar-nos nestas duas componentes”, disse Orlando Pires, acrescentando que o município espera que o referido despacho seja emitido já nos próximos dias.
A "Ponte Nova" foi a segunda das três passagens sobre o rio Tua na cidade de Mirandela a ser construída, o que aconteceu nos anos 70.
“As técnicas e as exigências do país eram diferentes. E também aquilo que verificámos é que no projeto estava referenciada a utilização de materiais, nomeadamente aço, que na realidade não foi usado em obra. Ou seja, a ponte foi projetada com uns materiais mas construída com outros”, segundo Orlando Pires, o que não permite à travessia cumprir “em plenitude em todos os parâmetros", como a carga ou sismologia, e apresenta também "algumas deformações no tabuleiro"
Neste momento, a “Ponte Nova” está sujeita a medidas cautelares para garantir a segurança. O trânsito a pesados com mais de 30 toneladas está proibido e são desaconselhados aglomerados de pessoas para evitar vibrações no tabuleiro.
“Os técnicos que avaliaram a ponte garantem-nos que com as medidas que estão em rigor há segurança. Mas não queremos ter a ponte condicionada”, assegurou Orlando Pires, lembrando que a ponte tem mais de 50 anos e que serviu a passagem para todo o distrito de Bragança, com um “tráfego rodoviário intenso e nunca ter tido obras de manutenção ou de reabilitação significativas”.
A fase de projeto deverá demorar “alguns meses”, disse Orlando Pires, seguindo-se a execução.
“Neste momento não nos podemos comprometer com datas. O que garanto é que estamos todos muito focados e a trabalhar nestes processos para que nenhuma fase queime tempo de forma desnecessária”, rematou Orlando Pires.
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