Por: José Mário Leite
(colaborador do Memórias...e outras coisas...)
Ou o triplo!
Nenhum número, por maior que seja, pode causar-nos qualquer receio. Por muito que gritem, provoquem, protestem, resmunguem, rezinguem, reclamem, reivindiquem, desacatem, descomponham, invetivem, afrontem, provoquem, vituperem, ultrajem ou desfeiteiem… não podem sobrepor os seus bramidos à razão que nos assiste e, principalmente, nada do que digam ou façam logrará apagar, delir ou distorcer a memória!
São muitos, sem dúvida e pode acontecer que cresçam ou que, como há quem, fundadamente pense, apenas se manifestem, pois muitos (quiçá a esmagadora maioria deles) já andavam por aí, escondidos e disfarçados.
Mas já foram mais…
Há dezenas de anos tinham toda uma bancada radical … e bastou que permitissem o acesso a um punhado de moderados para os fazer tremer. Tinham censores e polícias e esbirros e torturadores… e qualquer poeta, romancista e cantor os sobressaltava. Tinham a máquina do Estado ao seu serviço e ministérios de repressão e propaganda… e uma qualquer reprografia de vão de escada os desassossegava enquanto a não identificassem e destruíssem. Alardeavam a superioridade machista, a primazia do homem sobre a mulher, como sendo uma inevitabilidade da natureza, ou, queriam inclusive, fazer crer, uma determinação divina… e, mesmo assim, receavam tanto os frágeis e fragilizados seres com quem (necessariamente) partilhavam a vida que só tinham algum sossego proibindo todo o género feminino de votar, viajar e manifestar livremente a essência do seu pensamento. Tinham generais, marechais, coronéis e almirantes… e, desafiados, renderam-se a uma mão-cheia de capitães e alferes, descontentes e revoltados. Tinham polícia política, centros de espionagem, guardas fronteiriços, domínio sobre a justiça, prisões, campos de concentração e calabouços esconsos e temíveis… e qualquer escrito, desenho ou comunicação que saísse, sem controlo, de qualquer um dos cárceres os assustava e inquietava.
Já foram muitos, muitos mais e quando a verdade emergiu, luminosa, da terrível noite escura onde nos quiseram mergulhar, fugiram a esconder-se nas grutas sombrias, nas dobras desalumiadas da existência, nos antros furtivos do tempo… de onde, tudo indica, começam agora a sair.
Por muito que queiram impor as suas ideologias anquilosadas, obscuras e retrógradas, é bom fazer-lhes saber que a luz própria da verdade, da razão e da justiça, podendo ser tapada, mascarada, sequestrada, não pode ser extinta para sempre. É bom mostrar-lhes que a batalha pela escuridão que persistentemente prosseguem, é inconsequente: por maior e mais escura que seja uma caverna, um simples fósforo quebra toda a negritude e não há em todo o mundo breu suficiente para o anular.
Pelo nosso lado temos de ter presente que, apesar do barulho, das teatrais manifestações, das espalhafatosas e crescentes adesões… eles não têm a força que, insistentemente, nos querem fazer crer que têm. Porque apesar do nítido e inquestionável crescimento, do evidente número de apoiantes e devotos incondicionais… eles continuam com medo. Com medo das mulheres e por isso as querem confinar nas cozinhas dos lares, dos mais fracos a quem pretendem limitar os direitos de expressão, dos homossexuais com receio sabe-se lá do quê… Vejam só que apesar da algazarra e da exibição mirabolante, quando em grupo… se sozinhos, em casa, até de quem lhes vem trazer uma pizza, numa bicicleta a pedais têm tanto medo que querem por força impedi-los de entrarem no nosso país.
Nenhum número, por maior que seja, pode causar-nos qualquer receio. Por muito que gritem, provoquem, protestem, resmunguem, rezinguem, reclamem, reivindiquem, desacatem, descomponham, invetivem, afrontem, provoquem, vituperem, ultrajem ou desfeiteiem… não podem sobrepor os seus bramidos à razão que nos assiste e, principalmente, nada do que digam ou façam logrará apagar, delir ou distorcer a memória!
São muitos, sem dúvida e pode acontecer que cresçam ou que, como há quem, fundadamente pense, apenas se manifestem, pois muitos (quiçá a esmagadora maioria deles) já andavam por aí, escondidos e disfarçados.
Mas já foram mais…
Há dezenas de anos tinham toda uma bancada radical … e bastou que permitissem o acesso a um punhado de moderados para os fazer tremer. Tinham censores e polícias e esbirros e torturadores… e qualquer poeta, romancista e cantor os sobressaltava. Tinham a máquina do Estado ao seu serviço e ministérios de repressão e propaganda… e uma qualquer reprografia de vão de escada os desassossegava enquanto a não identificassem e destruíssem. Alardeavam a superioridade machista, a primazia do homem sobre a mulher, como sendo uma inevitabilidade da natureza, ou, queriam inclusive, fazer crer, uma determinação divina… e, mesmo assim, receavam tanto os frágeis e fragilizados seres com quem (necessariamente) partilhavam a vida que só tinham algum sossego proibindo todo o género feminino de votar, viajar e manifestar livremente a essência do seu pensamento. Tinham generais, marechais, coronéis e almirantes… e, desafiados, renderam-se a uma mão-cheia de capitães e alferes, descontentes e revoltados. Tinham polícia política, centros de espionagem, guardas fronteiriços, domínio sobre a justiça, prisões, campos de concentração e calabouços esconsos e temíveis… e qualquer escrito, desenho ou comunicação que saísse, sem controlo, de qualquer um dos cárceres os assustava e inquietava.
Já foram muitos, muitos mais e quando a verdade emergiu, luminosa, da terrível noite escura onde nos quiseram mergulhar, fugiram a esconder-se nas grutas sombrias, nas dobras desalumiadas da existência, nos antros furtivos do tempo… de onde, tudo indica, começam agora a sair.
Por muito que queiram impor as suas ideologias anquilosadas, obscuras e retrógradas, é bom fazer-lhes saber que a luz própria da verdade, da razão e da justiça, podendo ser tapada, mascarada, sequestrada, não pode ser extinta para sempre. É bom mostrar-lhes que a batalha pela escuridão que persistentemente prosseguem, é inconsequente: por maior e mais escura que seja uma caverna, um simples fósforo quebra toda a negritude e não há em todo o mundo breu suficiente para o anular.
Pelo nosso lado temos de ter presente que, apesar do barulho, das teatrais manifestações, das espalhafatosas e crescentes adesões… eles não têm a força que, insistentemente, nos querem fazer crer que têm. Porque apesar do nítido e inquestionável crescimento, do evidente número de apoiantes e devotos incondicionais… eles continuam com medo. Com medo das mulheres e por isso as querem confinar nas cozinhas dos lares, dos mais fracos a quem pretendem limitar os direitos de expressão, dos homossexuais com receio sabe-se lá do quê… Vejam só que apesar da algazarra e da exibição mirabolante, quando em grupo… se sozinhos, em casa, até de quem lhes vem trazer uma pizza, numa bicicleta a pedais têm tanto medo que querem por força impedi-los de entrarem no nosso país.
José Mário Leite, Nasceu na Junqueira da Vilariça, Torre de Moncorvo, estudou em Bragança e no Porto e casou em Brunhoso, Mogadouro.
Colaborador regular de jornais e revistas do nordeste, (Voz do Nordeste, Mensageiro de Bragança, MAS, Nordeste e CEPIHS) publicou Cravo na Boca (Teatro), Pedra Flor (Poesia), A Morte de Germano Trancoso (Romance) e Canto d'Encantos (Contos), tendo sido coautor nas seguintes antologias; Terra de Duas Línguas I e II; 40 Poetas Transmontanos de Hoje; Liderança, Desenvolvimento Empresarial; Gestão de Talentos (a editar brevemente).
Foi Administrador Delegado da Associação de Municípios da Terra Quente Transmontana, vereador na Câmara e Presidente da Assembleia Municipal de Torre de Moncorvo.
Foi vice-presidente da Academia de Letras de Trás-os-Montes.
É Diretor-Adjunto na Fundação Calouste Gulbenkian, Gestor de Ciência e Consultor do Conselho de Administração na Fundação Champalimaud.
É membro da Direção do PEN Clube Português.
Sem comentários:
Enviar um comentário