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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 29 de maio de 2024

Nem que, porventura, fossem o dobro

Por: José Mário Leite
(colaborador do Memórias...e outras coisas...)

Ou o triplo!
Nenhum número, por maior que seja, pode causar-nos qualquer receio. Por muito que gritem, provoquem, protestem, resmunguem, rezinguem, reclamem, reivindiquem, desacatem, descomponham, invetivem, afrontem, provoquem, vituperem, ultrajem ou desfeiteiem… não podem sobrepor os seus bramidos à razão que nos assiste e, principalmente, nada do que digam ou façam logrará apagar, delir ou distorcer a memória!
São muitos, sem dúvida e pode acontecer que cresçam ou que, como há quem, fundadamente pense, apenas se manifestem, pois muitos (quiçá a esmagadora maioria deles) já andavam por aí, escondidos e disfarçados.
Mas já foram mais…
Há dezenas de anos tinham toda uma bancada radical … e bastou que permitissem o acesso a um punhado de moderados para os fazer tremer. Tinham censores e polícias e esbirros e torturadores… e qualquer poeta, romancista e cantor os sobressaltava. Tinham a máquina do Estado ao seu serviço e ministérios de repressão e propaganda… e uma qualquer reprografia de vão de escada os desassossegava enquanto a não identificassem e destruíssem. Alardeavam a superioridade machista, a primazia do homem sobre a mulher, como sendo uma inevitabilidade da natureza, ou, queriam inclusive, fazer crer, uma determinação divina… e, mesmo assim, receavam tanto os frágeis e fragilizados seres com quem (necessariamente) partilhavam a vida que só tinham algum sossego proibindo todo o género feminino de votar, viajar e manifestar livremente a essência do seu pensamento. Tinham generais, marechais, coronéis e almirantes… e, desafiados, renderam-se a uma mão-cheia de capitães e alferes, descontentes e revoltados. Tinham polícia política, centros de espionagem, guardas fronteiriços, domínio sobre a justiça, prisões, campos de concentração e calabouços esconsos e temíveis… e qualquer escrito, desenho ou comunicação que saísse, sem controlo, de qualquer um dos cárceres os assustava e inquietava.
Já foram muitos, muitos mais e quando a verdade emergiu, luminosa, da terrível noite escura onde nos quiseram mergulhar, fugiram a esconder-se nas grutas sombrias, nas dobras desalumiadas da existência, nos antros furtivos do tempo… de onde, tudo indica, começam agora a sair.
Por muito que queiram impor as suas ideologias anquilosadas, obscuras e retrógradas, é bom fazer-lhes saber que a luz própria da verdade, da razão e da justiça, podendo ser tapada, mascarada, sequestrada, não pode ser extinta para sempre. É bom mostrar-lhes que a batalha pela escuridão que persistentemente prosseguem, é inconsequente: por maior e mais escura que seja uma caverna, um simples fósforo quebra toda a negritude e não há em todo o mundo breu suficiente para o anular.
Pelo nosso lado temos de ter presente que, apesar do barulho, das teatrais manifestações, das espalhafatosas e crescentes adesões… eles não têm a força que, insistentemente, nos querem fazer crer que têm. Porque apesar do nítido e inquestionável crescimento, do evidente número de apoiantes e devotos incondicionais… eles continuam com medo. Com medo das mulheres e por isso as querem confinar nas cozinhas dos lares, dos mais fracos a quem pretendem limitar os direitos de expressão, dos homossexuais com receio sabe-se lá do quê… Vejam só que apesar da algazarra e da exibição mirabolante, quando em grupo… se sozinhos, em casa, até de quem lhes vem trazer uma pizza, numa bicicleta a pedais têm tanto medo que querem por força impedi-los de entrarem no nosso país.

José Mário Leite
, Nasceu na Junqueira da Vilariça, Torre de Moncorvo, estudou em Bragança e no Porto e casou em Brunhoso, Mogadouro.
Colaborador regular de jornais e revistas do nordeste, (Voz do Nordeste, Mensageiro de Bragança, MAS, Nordeste e CEPIHS) publicou Cravo na Boca (Teatro), Pedra Flor (Poesia), A Morte de Germano Trancoso (Romance) e Canto d'Encantos (Contos), tendo sido coautor nas seguintes antologias; Terra de Duas Línguas I e II; 40 Poetas Transmontanos de Hoje; Liderança, Desenvolvimento Empresarial; Gestão de Talentos (a editar brevemente).
Foi Administrador Delegado da Associação de Municípios da Terra Quente Transmontana, vereador na Câmara e Presidente da Assembleia Municipal de Torre de Moncorvo.
Foi vice-presidente da Academia de Letras de Trás-os-Montes.
É Diretor-Adjunto na Fundação Calouste Gulbenkian, Gestor de Ciência e Consultor do Conselho de Administração na Fundação Champalimaud.
É membro da Direção do PEN Clube Português.

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