Foi isso que defendeu o ministro da Agricultura, ontem, em Bragança, no âmbito das comemorações da Semana Gastronómica.
José Manuel Fernandes defende que o agricultor não deve ser o que recebe menos na cadeia alimentar. “É importantíssimo que o agricultor não seja o perdedor na cadeia de valor. É necessário um equilíbrio de forma a que os preços a que o agricultor vende não sejam d etal forma baixos que impeçam um rendimento digno. O salário do agricultor português, ele é cerca de 40% da média das outras profissões, há aqui uma injustiça”, sublinhou.
Além dos elevados custos de produção, os agricultores queixam-se das intempéries que provocam quebras significativas e dos poucos apoios para ajudar a mitigar os prejuízos. O ministro adiantou que já foi lançada uma Portaria nesse sentido. “Se existir uma intempérie que impossibilite o incumprimento das normas agro-ambientais, o agricultor não vai ser prejudicado e vai receber aquilo a que tem direito a termos do Pedido Único, porque fazemos uma derrogação temporária”, explicou, salientando que é também preciso que “à escala da União Europeia haja uma garantia para que possam existir seguros que ajudem o agricultor a não perder o rendimento”.
Só no último mês, no distrito de Bragança, morreram cinco pessoas em acidentes de tractor. A maioria com idade já avançada e sem uso do Arco de Santo António. O ministro defende que é preciso apostar na formação, fiscalização e sensibilização. “A maior parte dos acidentes acontecem em tractores já velhos, portanto, a reestruturação é também necessária. Tem havido a disponibilização de montantes para esse objectivo, no entanto, há toda uma acção de sensibilização que é preciso fazer e onde inclusivamente têm sido concretizadas pela GNR. Vamos ter que insistir nisso”, salientou.
A vinda do ministro a Bragança também trouxe alguma esperança à Câmara Municipal, que há muito reclama a construção de barragens de regadio, em Parada, Calvelhe e Rebordãos.
Segundo o presidente da câmara, Paulo Xavier, vêem agora uma luz ao fundo do túnel. “Hoje o ministro deu-nos aqui uma luz ao fundo do túnel de que vai fazer todos os esforços para encontrar uma linha de apoio. Penso que no futuro termos pernas para andar com estes três projectos”, adiantou.
Em Portugal, a média de idade dos agricultores é de 64 anos, segundo o ministro. Declarações de José Manuel Fernandes, ontem, em Bragança.
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