A carne de vaca mirandesa está mais cara para os consumidores. Mas segundo José Pires, produtor no concelho de Bragança, isso não significa maior lucro para os agricultores. Fazendo contas à vida o preço a que vende não cobre os custos de produção e por isso diz que o quilo de carne tem de ser comprado a um preço mais justo. “As rações estão muito caras. A carne está-nos a ser paga a 6,35 euros. Um vitelo desde que nasce ao abate come perto de mil quilos, mais o que comem as mães. O preço justo era 7,5 euros”, defendeu.
Além disso, os criadores também consideram que os apoios do Governo deviam ser repensados e ajustados à realidade local. José Pires afirma que perante as doenças os custos para tratar dos animais são todos suportados por ele. “O Estado está-nos ajudar muito pouco. Agora com esta doença que apareceu no gado, a doença Hemorrágica Epizoótica, não há ajudas nenhumas, já tive animais infectados e foi tudo suportado por mim. Deviam ajudar-nos muito mais. Sou um jovem e tenho 50 animais, se calhar daqui a três ou quatro anos tenho de reduzir ”, avançou.
Também Candido Valpaços, afirma que são precisas mais ajudas e admite que se a situação assim permanecer, há quem pense em reduzir ao efectivo. “Muita gente está a desistir disto porque são poucas as ajudas”, frisou.
Apesar de tudo, estes produtores afirmam que foram até ao Concurso Concelhio de Bovinos de Raça Mirandesa, em Bragança, para manter a tradição e preservar a raça. Admitem ainda que continuam a fazer produção porque têm os espaços e têm de trabalhar mas é o gosto pelo gado que os motiva realmente a continuar.
A vigésima quinta edição do Concurso Concelhio de Bovinos de Raça Mirandesa, decorreu quinta-feira, em Bragança no Recinto de Promoção e Valorização de Raças Autóctones.
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