Uma pequena cruz numa das janelas dos antigos paços medievais e da cadeia da vila levaram a uma investigação que culminou em Cidões. Na aldeia terá existido um mosteiro com a mão dos templários.
O estudo foi apresentado, este sábado, nas comemorações dos “Dias dos Templários”, em Vinhais, pelo investigador Roberto Afonso. “No monte entre Nunes e Cidões, no qual existiu a granja de Cidões, pertença do mosteiro Monte da Rama, que era da Ordem de Cister e estamos a falar da igreja de Cidões na qual a pia baptismal ostenta no fuste octogonal, que é uma característica da construção templária, quatro cruzes templárias, além da tradição oral dizer que o cálice e a cruz que se encontram lá guardadas terão vindo do mosteiro do alto do monte, que é corruptela de São Mamede, que é a comenda de Mogadouro”, explicou.
Na região, o castelo de Mogadouro e de Penas Roias têm construção templária e Macedo de Cavaleiros tem também vários vestígios. O presidente da Câmara de Macedo, Benjamim Rodrigues, considera que este é um tema que pode ser uma atracção para os turistas e o município está já a construir um museu no Centro Cultural. “Vai ser criado o Museu Templário com vários elementos de prova, que não são só originários da nossa região, também doados e emprestados por outras regiões do país e penso que teremos aqui uma temática muito interessante para criar mais um motivo de visitação turística”, adiantou.
A comemoração dos “Dias dos Templários” aconteceu no centro histórico de Vinhais, também com a venda de produtos regionais, várias encenações e a presença dos mascarados. O presidente da câmara, Luís Fernandes, realça a importância deste tipo de actividades para o concelho. “Pretende-se divulgar não só as actividades dos templários, mas também mostrar aquilo que Vinhais tem a nível cultural, a nível do património, ao nível das tradições, mas também da gastronomia, porque durante o fim-de-semana houve o festival dos cuscos”, referiu.
Foi também apresentado o livro “Os judeus em Trás-os-Montes: 300 anos a resistir à inquisição e 500 à assimilação- o caso de Rebordelo- Vinhais”, da autoria de Jorge Ferreira. O escritor tem vindo a fazer uma investigação sobre os judeus, desta vez em Rebordelo. Teve por base uma tradição da aldeia. “Rebordelo tem uma tradição cripto judaica, ou seja, o judaísmo encoberto até muito recentemente. Ainda na década de 80 as pessoas se escondiam para rezar ao Deus dos céus. Os processos que foram movidos não foram muitos, foram 38, mas relativamente a 36 pessoas, porque duas pessoas repetiram, foram acusadas de apostasia e relapsia e que foram condenadas à fogueira”, contou.
As celebrações terminaram com a visita à exposição “DIABRURAS da Arte Popular…”, da autoria de Roberto Afonso, patente no Centro Interpretativo do Parque Natural de Montesinho, em Vinhais.
Macedo de Cavaleiros espera também poder vir a fazer o “Dias dos Templários” na cidade dentro de um ano.
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