Por: António Pires
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")
Aqui há`trasado, no final do pretérito mês de Julho, fui “birar” - como dizem os de Binhais - a Vila Flor. Logo pela manhã, salvei o dia, por ter tido a honra de conhecer pessoalmente e tomar café com a consagradíssima, muito popular, consensual, simpática e terra – a terra, a pintora Graça Morais.
Como na capital transmontana da cereja e da amêndoa se come muito bem, fui almoçar a um restaurante com esplanada, que já conhecia. Acabado de me sentar, apercebo-me que numa das mesas, ao longe, estava uma pessoa a quem um considerável número de clientes mendigava, euforicamente, autógrafos e selfies. Não conseguindo identificar a personagem – de costas, dava p´ra ver apenas que era meio loira, cabelo às madeixas, e usava saia curta, de pregas, botas espampanantes de salto alto e de cano até aos joelhos - , perguntei a uma comensal, que estava numa mesa perto da minha, de quem se tratava.
Estupefacta com a minha ignorância, no que diz respeito à cultura Cor – de – Rosa e do Social, observou:
- Não me diga que não conhece a Jacques?!”.
Consciente da minha imperdoável “lacuna”, tentei minimizar a coisa:
- Eu conheço duas: a Jacque (line) Laurance, reputada actriz francesa, que já não está entre nós; e a violoncelista britânica, de apelido du Pré.
Visto eu não ter decifrado o enigma, a senhora, com uma paciência de santa, e não tendo alcançado a minha ironia, elucidou-me:
- Não vê que é a Jacques Costa, ex concorrente d`A Casados Segredos, o primeiro não binário a entrar num reality show em Portugal!
Numa tentativa de salvar a face e não fazer figurinhas, replique, sarcasticamente:
- Ah, pois, tem razão! A memória é que me falhou.
Recebido, gratuitamente, o inesperado e sempre bem – vindo banho de conhecimento/cultura geral, agradeci à minha simpática interlocutora, comi a lauta e deliciosa refeição e regressei a Bragança, tendo noção de que, a partir desse marcante episódio, nunca mais fui o mesmo.
Não sei se resulta, mas, amigos meus, que souberam do sucedido, e que passaram pela mesma experiência, aconselharam-me a fazer uma terapia grupal, do género Alcoólicos Anónimos, que, para os meus sintomas (falta de humor, desatenção, ansiedade, perda de apetite e, entre outros, insociabilidade), seria Ignorantes do Social Anónimos.
Muitos dirão: E o que ainda está p´ra vir!
Da minha parte, cá estarei para conviver pacificamente com a diferença, com respeito, mas sempre livre das amarras e da escravidão da hipocrisia do “politicamente correcto”.
Como na capital transmontana da cereja e da amêndoa se come muito bem, fui almoçar a um restaurante com esplanada, que já conhecia. Acabado de me sentar, apercebo-me que numa das mesas, ao longe, estava uma pessoa a quem um considerável número de clientes mendigava, euforicamente, autógrafos e selfies. Não conseguindo identificar a personagem – de costas, dava p´ra ver apenas que era meio loira, cabelo às madeixas, e usava saia curta, de pregas, botas espampanantes de salto alto e de cano até aos joelhos - , perguntei a uma comensal, que estava numa mesa perto da minha, de quem se tratava.
Estupefacta com a minha ignorância, no que diz respeito à cultura Cor – de – Rosa e do Social, observou:
- Não me diga que não conhece a Jacques?!”.
Consciente da minha imperdoável “lacuna”, tentei minimizar a coisa:
- Eu conheço duas: a Jacque (line) Laurance, reputada actriz francesa, que já não está entre nós; e a violoncelista britânica, de apelido du Pré.
Visto eu não ter decifrado o enigma, a senhora, com uma paciência de santa, e não tendo alcançado a minha ironia, elucidou-me:
- Não vê que é a Jacques Costa, ex concorrente d`A Casados Segredos, o primeiro não binário a entrar num reality show em Portugal!
Numa tentativa de salvar a face e não fazer figurinhas, replique, sarcasticamente:
- Ah, pois, tem razão! A memória é que me falhou.
Recebido, gratuitamente, o inesperado e sempre bem – vindo banho de conhecimento/cultura geral, agradeci à minha simpática interlocutora, comi a lauta e deliciosa refeição e regressei a Bragança, tendo noção de que, a partir desse marcante episódio, nunca mais fui o mesmo.
Não sei se resulta, mas, amigos meus, que souberam do sucedido, e que passaram pela mesma experiência, aconselharam-me a fazer uma terapia grupal, do género Alcoólicos Anónimos, que, para os meus sintomas (falta de humor, desatenção, ansiedade, perda de apetite e, entre outros, insociabilidade), seria Ignorantes do Social Anónimos.
Muitos dirão: E o que ainda está p´ra vir!
Da minha parte, cá estarei para conviver pacificamente com a diferença, com respeito, mas sempre livre das amarras e da escravidão da hipocrisia do “politicamente correcto”.
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