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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

sábado, 24 de agosto de 2024

As Festas da Cidade de Bragança e os Concertos.

 Só a partir do ano em que os concertos das Festas da Cidade de Bragança começaram a realizar-se no Parque Eixo Atlântico é que se “ouviram” queixas das horas tardias a que a música termina. Antes ninguém barafustava, ou talvez o fizessem mas sem o impacto das Redes Sociais que não existiam. Vivia gente no Centro Histórico de Bragança e havia música ambiente espalhada pelas colunas colocadas em várias artérias durante todo o dia e todo o mês de agosto. Alguns, talvez muitos, teremos saudades do tom da voz do nosso saudoso Telmo Seixas e do anúncio das "pastilhas elásticas pirata"...
Então em Bragança as Festas da Cidade têm que ser só procissão e missa cantada?
Curiosamente, também, o Parque Eixo Atlântico é mais um sítio que tem uma utilidade e utilização muitíssimo reduzida ao longo do ano. A bem dizer, mais uma eira, espaços tanto do gosto de anteriores “gestores” da Coisa Pública à semelhança da Praça Camões ou da parada no Forte de São João de Deus. Gostos que são discutíveis apesar de dizerem ser proibido fazê-lo. Não seria justo e muito menos honesto, deixar de realçar as enormes melhorias que também foram executadas pelos mesmos Gestores com inquestionáveis mais-valias para a qualidade de vida dos cidadãos da nossa cidade a muitos níveis dos quais destaco o museológico e o cultural com publicação de obras que perdurarão através dos tempos como guardiãs do passado e das tradições mas, sobretudo viu-se a cidade "crescer" e criar ambição. Penso que nos falta o comboio (não o antigo mas sim o moderno) o barato, confortável, rápido e seguro, para sermos um polo atrativo para todas as pessoas e todos os investidores. No entanto, mais e diferente poderia ter sido feito pelas nossas aldeias onde se continuam a fazer nichos para umas ”santinhas” de cimento e pés de gesso e ali ao lado as roturas nas redes de água ou saneamento são quase diárias.
Voltando às Festas da Cidade.
Em que cidade vila ou aldeia é que as Festas do Ano não duram até às horas que têm que durar?
Em Bragança são 4 dias no Eixo Atlântico. Quando éramos jovens (saudades) até de madrugada ou de manhã quem nos segurava? Nessa altura não nos custava nada, bem antes pelo contrário.
Evidentemente que entendo e respeito o desconforto que é manifestado por quem se queixa do barulho. Mesmo assim não me parece pior do que viver 365 dias por ano numa propriedade horizontal tendo por cima, vizinhos que pensam que vivem numa quinta ou numa vivenda. Sim desses, que arrastam cadeiras em vez das levantarem e pousarem, sim desses...
Um pouco de tolerância e empatia tornam-se necessárias nas Festas da nossa Cidade de Bragança.
São 4 dias.
Para além dos investimentos realizados, pela autarquia (dinheiro público) e pelos cidadãos, há milhares de pessoas, famílias, turistas que se deslocam, propositadamente, à nossa querida cidade para passar férias. Os nossos emigrantes que nunca se esquecem de nós durante todo o ano… não merecem uma férias em que lhes sejam proporcionados, ao menos, 4 dias de “fados e guitarradas”?
Na “minha” aldeia, as Festas duram 3 dias. O dia acaba, quando acaba. 5, 6 ou 7 da manhã… e alguns seguem direitinhos para pegarem nos andores. Não se consta que nunca algum tenha caído, nem os pegadores nem os andores. Se a malta estiver animada os “homens” dos conjuntos, apesar dos compromissos, quase certos, para o dia seguinte… tocam mais, uma, duas… as que forem necessárias para manter a alegria.
São 3 dias aqui na aldeia e 4 na cidade.
Já tive tempos em que era resistente. Era dos últimos a desistir.
O peso dos anos e a ferrugem nas cruzes, limitam-nos mas também nos ensinaram a ter um pouco de paciência com os outros que com o “sangue na guelra” querem “resistir”. São 3 dias, ou 4…
Agora, já não sou dos últimos e, por vezes nem dos primeiros… e, confesso, já não tenho muita paciência para o “fenómeno” em que consiste este tipo de festas mas tenho a consciência que é assim em todo o lado… Fêta é Fêta!
Agora, quando me apetece ir deitar, tapo os ouvidos.
Em Bragança são só 4 dias.
Tenham paciência.
Os tampões vendem-se nas Farmácias e resultam. Tenham paciência, são só 4 noites.
Deixem as Festas de Bragança durar até de Madrugada!
Também sou da opinião que os concertos deveriam regressar a "casa" com os palcos na Praça da Sé, Nos Correios ou na Taça e eventualmente na Estação.
E porque não experimentar, para o ano que vem, 2 concertos no Eixo Atlàntico e 2 (ou 1) na Zona Histórica. Serviria de estudo, ou paradigma... o mundo pula e avança... Não está escrito que tem que ser sempre no "Eixo Atlântico".
Também me palpita que se após os concertos se mantivesse uma música ambiente no palco isso evitaria que as "barracas" tivessem a tentação de criar o seu próprio ambiente... que se transforma numa barulheira desconexa.

HM

1 comentário:

  1. Estimado amigo Henrique, boa noite (Brasil) e bom dia (Portugal).
    Que bom ver seus textos => aprendo com eles!
    Quando, ainda menino e caipira, o mês prolixo em festas é, foi é será, junho! Obviamente, na cidade sede de município e comarca, os festejos eram, em geral, parecidos com aqueles a que você aludiu; afinal somos multiplicadores da cultura lusófona , no continente americano...

    Eu, que no último 25 de julho completei 78 anos de idade, entendo que os jovens queiram festejar, como não houvesse o amanhã. No entanto, agora sei, que a maioria dos idosos não gostam de barulho. Isso porquê; já não ouvem bem, têm insônia, dores frequentes nas articulações, hipertensão, visão turva e etc.! No entanto, os idosos citadinos esquecem-se de que gostavam de "rock and roll", mais barulhento que qualquer espécie de música até então. Há que se dar um desconto para tal comportamento dos idosos, time (ou equipa, como vocês dizem).

    Um abraço e parabéns pelo texto memorialista da maior qualidade!

    Um abraço caipira do ACAS

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