A diretora regional do norte do ICNF considerou à Lusa que o modelo de cogestão da área protegida implementado há quase três anos e que integra também os municípios de Bragança e Vinhais e várias entidades e associações locais, foi “um marco”.
Sandra Sarmento referiu ainda que neste período foi investido no parque cerca de um milhão de euros provenientes do Fundo Ambiental e que com a entrada mais recente na cogestão da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, estão a procurar fontes de financiamento para os projetos que integram o plano de cogestão.
“Temos trabalhado com a Comissão para encontrar fontes de financiamento (…) que forem possíveis para apoiar as ações que temos previstas. O plano envolve um conjunto de ações com um valor significativo, que ronda os 64,5 milhões de euros.”, afirmou Sandra Sarmento.
Hoje, no dia aberto do PNM, foram apresentados na aldeia de Vilarinho dois novos projetos - o “Experienciar Montesinho”, que é uma aplicação para dispositivos móveis para ajudar na visita à área protegida, e o “Montesinho para todos”, que inclui a criação de um centro de apoio aos percursos pedonais, trilhos ou rotas interpretativas.
Foi ainda inaugurado um centro interpretativo na aldeia de Montesinho.
O PNM perdeu quase 500 hectares num incêndio que deflagrou a 10 de agosto. De acordo com os dados divulgados pelo ICNF, arderam 445,331 hectares, a grande maioria, cerca de 421, mato.
Questionada sobre os pedidos feitos após a extinção das chamas, nomeadamente por Paulo Xavier, presidente da câmara de Bragança e que acumula o cargo da presidência da cogestão do PNM, sobre a necessidade de revisão do ordenamente e do plano contra incêndios na zona, para que sejam melhoradas as áreas de contenção à volta da população e as redes viárias, Sandra Sarmento revelou que está em curso o processo de recondução do plano de ordenamento do PNM.
“Contratámos uma empresa e estamos a trabalhar. O processo de recondução de plano a programa está em curso. Nesse processo vamos implementar as alterações, os ajustes, os acertos que forem necessários. Naturalmente não será possível acolher tudo, mas faremos o nosso melhor para garantir que vamos ao encontro também das ambições das populações”, garantiu Sandra Sarmento, acrescentando que, depois de concluída esta etapa, haverá uma consulta pública.
Sobre as antigas casas da floresta, atualmente sem uso e degradadas, a diretora regional disse que algumas serão recuperadas em projetos já previstos, outras está a ser avaliada a possibilidade de recuperação para lhes serem atribuídas novas funções e o ICNF está ainda disponível para protocolos de colaboração com privados.
Sobre a possibilidade de o PNM voltar a ter um diretor, Sandra Sarmento comentou apenas que está previsto que alguns parques possam voltar a ter essa figura, mas que no momento não consegue adiantar mais informações.
“A mensagem [que queremos deixar] é que temos vindo a apostar numa gestão de proximidade, colaborativa, que envolve as pessoas para encontrar formas de apoiar e ajudar nas estratégias que se vão desenhando para o território”, rematou, em jeito de resumo, a dirigente do ICNF, vincando que a instituição está sempre disponível para novos projetos que vão ao encontro das expectativas da população que se enquadrem no “espírito de uma área protegida”.
O PNM foi reconhecido a 30 de agosto de 1979. Tem cerca de 75 mil hectares nos concelhos de Bragança e Vinhais, a Terra Fria Transmontana, e inclui 92 aldeias.
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