O município de Miranda fez o levantamento dos prejuízos e reclama agora apoio para os agricultores afectados pelo fogo. O vice-presidente, Nuno Rodrigues, salienta que sem a ajuda do Governo, os empresários não se conseguem reerguer. “É impossível estes agricultores reerguerem-se se não tiverem apoios. Apicultores que tinham muitas colmeias destruíram-se mais de metade. A maior fonte de rendimento em São Martinho é castanha e hectares ficaram destruídos”, disse.
O município disse já ter falado com o Governo sobre os prejuízos, que se comprometeu a visitar a área ardida.
Norberto Ferreira foi um dos agricultores afectados em São Martinho de Angueira. Embora reformado, tira algum rendimento da agricultura. Mas o fogo conseguiu destruir-lhe metade das colmeias. “Arderam-me 35 colmeias, é bastante, porque a dimensão não era muito. Tinha umas 50 ou 60, fiquei reduzido a cerca de 20. O apoio ajuda a reaver as colmeias. O material apícola é muito caro”, adiantou.
A juntar a isso, o incêndio também queimou as plantações de castanheiro e pinho do agricultor. “O problema dos castanheiros é que precisam de 20 anos para começarem a dar alguma coisa, por isso nem imagino o prejuízo”, frisou.
Outro dos agricultores afectados foi Ilídio Fernandes. Dos 30 hectares de produção de castanha, avelã e noz, que tem em São Martinho de Angueira, arderam mais de oito hectares. “Psicologicamente uma pessoa tem de ser muito resiliente. No castanheiro, com as pragas e doenças a somar a esta questão das áreas ardidas é complicado. Ainda nem contabilizei o prejuízo. Nas culturas anuais é fácil, nas culturas permanentes, esperamos que a produção comece aos seis anos, o pico de produção é atingido aos 15 e 20 anos e o problema é esse”, lamentou.
São Martinho de Angueira e Cicouro foram as duas aldeias mais afectadas pelo incêndio no concelho de Miranda do Douro. No total, arderam 1440 hectares. O município quer que o Governo ajude os agricultores afectados.
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