Era para não vir aqui durante uns dias, porque ando ocupado a tentar convencer todas as universidades deste país, e de outros, a tomarem a «wikipédia» como base essencial do conhecimento...
Mais a sério, hoje, numa longa conversa com um detentor de conhecimento «não wikipédico», vieram à baila as ilustres figuras trasmontanas que não são valorizadas nas suas próprias terras. Entre elas, abordei o tema daquele que é considerado o «maior rei medieval português», aquele que «estabeleceu as bases do moderno estado português», o «rei-poeta», o «rei-culto», o «rei-lavrador», o «rei-diplomata», o Grande Dom Dinis! E porque é que se falou de D. Dinis?
Apenas, e tão só, porque foi educado por um… «bragançano»! O qual também era Braganção! Foi o último grande Senhor destas terras, tendo sido muito mais do que isso. Foi o Aio de D. Dinis! Também seria, posteriormente, o seu Mordomo-mor, o mais alto cargo da cúria régia! E, antes disso, tinha sido o Meirinho-mor de D. Afonso III, o pai de D. Dinis. Ou como diz o maior historiador medieval português, o «primeiro polícia do reino», que Meirinho-mor era cargo de relevo na administração da justiça. E, “azare do caralhitchas”, era «bragançano»! O Cavaleiro, Rico-homem, que, de facto, “botou” ordem neste país por mais de vinte anos, no século XIII.
Para lá disso, ele e D. Dinis até eram primos afastados, apenas porque partilhavam uns dos tetravós: os «desconhecidos» Conde D. Henrique e D. Teresa. Esse Cavaleiro (em letra maiúscula, porque para o ser era preciso ser armado), foi D. Nuno Martins de Chacim, que haveria de tomar o apelido da sua honra, embora os pais, que eram primos em segundo grau, ainda utilizassem o apelido «de Bragança». Foi o Senhor de muitas terras, nomeadamente a minha, a qual, nessa recuada época, ainda não tinha o «dos Cavalleyros» no nome. Apenas o obteria à custa de quê?… À custa do Cavaleiro «bragançano» que foi, entre outros cargos, o Meirinho-mor de D. Afonso III, e o Aio e Mordomo-mor de D. Dinis… Nada de transcendente…
Para quem conheça o que resta do Mosteiro de Castro de Avelãs, o túmulo que por lá mora possui as «armas dos Chacins», presumindo-se que tenha sido a última morada deste ilustre Cavaleiro «bragançano», trineto do grande Fernão Mendes de Bragança, o «Bravo». Nada de especial..


Sem comentários:
Enviar um comentário