terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Falar(es) do Zoio Uma aldeia bragançana em meados do séc. XX

Sinopse:
Quem hoje, em 2012, tenha menos de 50 anos, terá muita dificuldade em imaginar como era o Zoio: uma pequena aldeia na Serra de Nogueira, no concelho de Bragança, e como era viver no Zoio, na década de 50 do século passado! Não apenas a aldeia em si, mas a vida sofrida que se vivia, que era quase completamente condicionada pelos árduos trabalhos que uma agricultura de subsistência exigia e pelo atraso, isolamento e esquecimento a que Trás-os-Montes esteve (e ainda está) votado. Então, se fosse inverno, o esforço de imaginação teria que ser bem maior! Parece que chovia durante dias sem fim, caíam frequentes nevadas e grandes nevões, que transformavam as ruas em autênticos lodaçais durante meses, por onde, apesar disso, era preciso caminhar. Um cenário lúgubre, atrasado, medieval, proporcionando condições de vida diria quase desumanas, a exigirem uma resignação e um espírito de sacrifício que, hoje, dificilmente, somos capazes de conceber, quanto mais de suportar. A quase totalidade das casas de habitação não tinha condições mínimas de habitabilidade: quase todas cobertas apenas de telha vã (não eram forradas), com poucos cómodos e escassa mobília, sem electricidade (chegou no dia de Consoada de 1977), nem água canalizada, nem casas de banho, claro. Pode parecer por este preâmbulo que a vida era miserável. Não, longe disso. As condições de vida, comparadas com as de agora, é que eram miseráveis. Mas parece que a gente vivia, atrevo-me a dizer, feliz e contente: conversava-se muito, cantava-se muito, assobiava-se muito, ria-se muito, brincava-se muito (miúdos e graúdos), dançava-se muito, práticas que hoje também já se foram. E era-se muito solidário.

Índice:
Preâmbulo
As Minhas Razões
As Origens
O Aspecto da Aldeia nos Anos 50
As Casas de Habitação e Anexos
A Economia
A Alimentação
A Educação
A Religião
O Vestuário e o Calçado
A Higiene
Os Grandes Trabalhos
A Decrua
A Plantação das Batatas
Os Fenos
A Vima
A Segada
A Acarreja
A Malha
A Trilha
A Arreiga das Batatas
A Sementeira
A Apanha das Castanhas
Os Grandes Momentos
A Mata-Porca
A Consoada
Os Reis
A Serra-da-Velha
A Páscoa
A Senhora da Serra
Figuras Típicas
O Ferrador
O Capador
O Latoeiro / Caldeireiro
O sombreireiro
Ceguinhos
O Retratista
Adebertimentos
Jogos de Força
Atirar o Calhau
Atirar o Ferro
Atirar a Relha
O Pulo
Jógo do Fito
Jógo dos Paus
Jogos de Cartas
Sueca
Chincalhão
Estendrete
Bisca de Nove
Bisca de Pintas
Burro
Roubão
Jogos de Azar
Bugalhas
Batota
A Vermelhinha (Burmelhinha) 
Sete e meio
Raiola
Jogos de Garotos (e de Rapazes) 
Pirogalo
Palma
Alar
Tiroliro
Quem-te-monta
Bilharda
Chicha
Ringue
Jogos de roda
O Lencinho
Jogo da Macaca
O anelzinho
ELUCIDÁRIO
Breves notas sobre a Fonologia, Morfologia e Sintaxe
Elucidário
Uma história tradicional em “Zoiês” 
Posfácio

O AUTOR:

Nasceu a 4 de Outubro de 1942, em Lourenço Marques, Moçambique. Vem para o Zoio em 1944, onde fez a primária. Seminário de Vinhais, em 1952; Liceu de Bragança, em 1956; em 1960, Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde frequentou Filologia Românica. Em Janeiro de 1964, cadete na Escola Prática de Infantaria, em Mafra. Em Julho de 1965 embarca para a Guiné, como alferes miliciano. Em Setembro de 1967, Paris. Em Julho de 1970, Lausanne, Suíça. Em 1973, Porto. Em 1974, Lisboa. Regressa ao Porto em 1978, onde vive. Fez toda a sua vida profissional, desde Novembro de 1967, ligado à informática de gestão. Casado com uma cidadã britânica desde Dezembro de 1973, tem cinco filhos e sete netos. O Zoio é, obviamente, a sua segunda casa.

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