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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

domingo, 11 de março de 2018

Floresta de ignorância e demagogia populista

Castanheira de Lagarelhos
Há anos, quando foi criada a lei que regula a vegetação arbórea junto às casas e vias, um jornal do Barroso dizia que os proprietários tinham de cortar «todas as árvores» num perímetro de 50 metros em volta das casas e a menos de 100 metros das povoações. Na altura apercebi-me da atoarda e saí-lhe à estacada com alguma energia. Qual não é o meu espanto que a cena volta à ribalta, agora pela boca do Primeiro-ministro. Então para que servem os Ministros, da Agricultura e do Ambiente e dos secretários de estado? Não se manifestam contra ou aconselham o homem? E para que servem os pelotões de assessores com formação ambiental e florestal? O que fazem os deputados da Assembleia da República, da comissão do Ambiente e Floresta?
O Primeiro-ministro com o seu lado ameaçador, veio amedrontar tudo e a induzir em erro as pessoas que desconhecem a lei. E os presidentes dos municípios não têm nos «gabinetes técnicos florestais» (GTF) que os aconselhem e protestem contra a enormidade? Há nas redes sociais informação falsa que outros adoptam na prática. As pessoas credenciadas tecnicamente, para darem informação segura, são os técnicos dos GTF. Já há gente nos municípios, sem estar autorizada, que manda cortar nespereiras no quintal ou nogueiras e outras fruteiras na horta. As folhosas não são ameaça aos incêndios, mas uma barreira natural à progressão.
Devido à incúria e desleixo dos políticos, ao longo de décadas, o Primeiro-ministro, com o seu autoritarismo, quer arrasar tudo, como se as árvores fossem as criminosas! Eu não duvidaria um segundo em desobedecer porque ninguém me poderia obrigar a cumprir uma ordem ilegítima. Os sábios anciãos de Gondiães também não vão cortar os castanheiros, as nogueiras, os carvalhos e os plátanos (para a vinha de enforcado) que deixaram como perímetro de segurança em volta da aldeia, o mais é monocultura de pinheiros que geram riqueza.
Preocupam-me as «árvores classificadas de interesse público», como a grande «Castanheira de Lagarelhos», junto a Vinhais, que tem o novo edifício da junta de freguesia quase colado. O gigante «Eucalipto da Gandarela» (Celorico de Basto) está próximo de uma casa. Este é o eucalipto maior de Portugal no seu tronco e uma atracção turístico-ambiental para a região. Se tudo estiver limpo em seu redor não é, nem será, nenhuma ameaça. Há muita árvore centenária, junto das localidades, que alguns abutres da madeira e lenhadores querem pilhar. É preciso salvar essas árvores do abate.
Desde que os terrenos estejam limpos e as árvores tratadas não são ameaça de nada. As árvores ripícolas, como o amieiro, o freixo, o cházeiro e outras são uma barreira à propagação dos incêndios. Devem estar podadas e, sobretudo, os terrenos em que habitam limpos de vegetação comburente.
As cabras são óptimos agentes de limpeza (ver o meu texto, «Sapadoras florestais (…)» - Notícias de Mirandela de 31AGO2017). As árvores são seres vivos inteligentes de uma generosidade extrema, além da madeira, da lenha, dos frutos, do fertilizante orgânico, são fábricas de produção de oxigénio, purificando o ar que respiramos e tornam os locais mais frescos no Verão (uma árvore frondosa junto a uma casa poupa 20% de energia no ar condicionado). Passear na floresta ou em parques arbóreos dão-nos tranquilidade e bem-estar e ajuda a combater o stress. Foi o souto multicentenário que rodeia a aldeia de Castanheira - Pampilhosa da Serra, que livrou a aldeia de ser engolida pelo incêndio devastador de 14 de Outubro.

Jorge Lage
atelier.arteazul.net

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