Sobre o que Bragança organizou devido à morte de D. Luís possuímos mais informações. Na sessão da Câmara de 31 de outubro de 1889, foi apresentado um ofício vindo do Governo Civil do Distrito, no qual se comunicava que, por telegrama do mesmo dia 19 expedido pelo Presidente do Conselho de Ministros, foi participado que D. Luís tinha morrido às onze horas e cinco minutos. O vereador António de Sousa Pinto comunicou que o Presidente Manuel Maria de Morais Azevedo enviara, no dia 23 de outubro, a Suas Majestades os pêsames pela morte do Rei, em nome da Câmara de Bragança. Em seguida, foi lido um telegrama expedido pelo conde de Vila Nova de Cerveira, D. Pedro José de Nogueira e Brito (1817-1907), camarista de semana, em que a Família Real agradecia à Câmara os sentimentos enviados.
A 9 de novembro, a sessão camarária foi convocada para deliberarem sobre as medidas a adotar na celebração das exéquias sufragando a alma de D. Luís. A Câmara deliberou que se realizasse na Igreja de São Francisco as exéquias pela alma do Rei com a devida pompa e decência, destinando-se para o efeito os dias 19 ou 27 de novembro, sendo nomeada uma comissão composta pelo Presidente Manuel Maria de Morais Azevedo e pelos vereadores António de Sousa Pinto e José Manuel dos Santos Rodrigues para levar a efeito aquele ato. Na mesma reunião fixaram a verba máxima de 500$000 réis para despesas com o cerimonial. Votou contra esta decisão o vereador João António de Castro, declarando que assim o fazia por reconhecer que presentemente as forças financeiras do Município não permitiam semelhante despesa.
A Câmara de Bragança lamenta as mortes de D. Pedro V e do Infante D. Fernando, em 1861 |
Por um pagamento de 40$000 réis (28 de novembro de 1889) feito ao padre António dos Santos Ribeiro, pelas vozes e instrumental das exéquias celebradas por alma de D. Luís por conta da Câmara, ficamos a saber que aquelas tiveram lugar nos dias 26 e 27 de novembro.
Ainda associado à morte de D. Luís, a Câmara deliberou, na sessão de 26 de dezembro de 1889, dar o nome de D. Luís I à Rua da Costa Grande, segundo proposta do morador João Baptista Olímpio Ramires. No mesmo dia, foi dado o nome de Serpa Pinto à Rua da Costa Pequena.
Título: Bragança na Época Contemporânea (1820-2012)
Edição: Câmara Municipal de Bragança
Investigação: CEPESE – Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade
Coordenação: Fernando de Sousa
Sem comentários:
Enviar um comentário