A cidade fortaleza, sentinela de fronteira, tem muito para descobrir e aqui deixo-vos o que fazer em Bragança.
A capital de distrito mais a norte e a segunda menos populosa guarda um rico património cultural e arquitetónico. Por aqui andaram os celtas que apelidaram os brigantinos, os romanos que colonizaram e organizaram o território, os suevos e visigodos que desenvolveram a agricultura e os mouros que deixaram vestígios em muitos dos nomes das povoações.
O que fazer em Bragança
1 – Castelo de Bragança
Sendo um dos castelos mais bem preservados e mais importantes de Portugal, o Castelo de Bragança atesta a importância histórica desta urbe como cidade fortaleza. Localizado na margem do rio Fervença, a sua construção remonta ao início da época medieval, no reinado de D. Dinis (século XIII).
Ao longo dos séculos o castelo foi sendo alvo de melhorias e reconstruções, sendo que hoje distingue-se ao longe a Torre de Menagem, símbolo de poder e último reduto de defesa da cidade. É aqui que funciona o Museu Militar de Bragança, com peças que vão desde o século XII à 1ª Guerra Mundial. Em torno do castelo, encontra-se a cidadela fortificada, com ruelas estreitas e de pedra, um núcleo urbano que existe desde o século XII e que guarda mais que 800 anos de história.
O Museu Militar de Bragança funciona de terça-feira a domingo das 9h às 12h e das 14h às 17h.
2 – Domus Municipalis
Ainda dentro da cidadela em torno do castelo, encontra-se o Domus Municipalis, prova do espírito comunitário e autónomo de Bragança. Edificado no início do século XVII, este edifício é um exemplar único de arquitetura civil em estilo românico.
Ainda que os fins de utilização do Domus Municipalis não sejam totalmente claros, acredita-se que tinha duas câmaras com dois grandes objetivos: o piso inferior funcionava como cisterna para armazenar água e o piso superior era um salão municipal, onde os “homens bons” da cidade se reuniam periodicamente para tomar decisões sobre a gestão da cidade, já que a capital lisboeta ficava a muitos quilómetros de distância (e dias de viagem).
3 – A “Porca” do Pelourinho Medieval
Continuando na cidadela, irão encontrar o pelourinho medieval mais caricato de sempre. Apesar da edificação da coluna principal com a cruz datar do século XIII (do mesmo período histórico da edificação inicial do castelo), na base do pelourinho encontra-se uma enorme estátua da “porca da vila” (uma escultura proto-histórica, provavelmente do século 400 A.C.), associado a um simbolismo pagão de poder. Não se sabendo ao certo o porquê da inclusão desta estátua num monumento que representa o poder municipal e a unidade da nação, a minha teoria é que, tal como o Domus Municipalis, a “porca da vila” atesta, mais uma vez, a afirmação de Bragança como uma cidade autónoma e de poder no período medieval.
4 – Museu Ibérico da Máscara e do Traje
Bragança prima pela qualidade dos seus museus. O primeiro da lista é o Museu Ibérico da Máscara e do Traje, onde se encontram os trajes dos mascarados.
Afirmando-se como um espaço de divulgação das tradições relacionadas com as máscaras da região transmontana e de Zamora, o seu principal objetivo é dar a conhecer este elemento cultural único utilizado nas chamadas “festas de inverno” que decorrem nesta região desde a quadra natalícia ao período do Carnaval.
O museu funciona de terça a domingo, das 9h00 às 13h00 e das 14h00 às 17h00. Tem um custo de admissão de 1 euro, e podem também ser agendadas visitas guiadas. Fica localizado na rua D. Fernão “O Bravo”, 24/26.
5 – Centro de Arte Contemporânea Graça Morais
Aquela que é talvez a pintora portuguesa mais conceituada de sempre nasceu numa vila no distrito de Bragança e é aqui que se encontra o centro de arte que lhe presta homenagem com exposições permanentes e temporárias que mostram o espólio de Graça Morais e outros artistas contemporâneos. Um museu absolutamente obrigatório para visitar em Bragança.
O Centro de Arte Contemporânea Graça Morais encontra-se no antigo Solar dos Veiga Cabral, recuperado pelo arquiteto Souto Moura e inaugurado em 2008. Encerra à segunda-feira. Está aberto das 10h00 às 18h30 e a entrada custa 2 euros.
6 – Museu do Abade de Baçal
Localizado no antigo Paço Episcopal de Bragança, o museu do Abade de Baçal constrói uma narrativa social, histórica, religiosa e política da região transmontana, desde os tempos da pré-história ao século XIX.
O museu funciona de terça a domingo das 9h30 às 12h30 e das 14h00 às 18h00. Fica localizado na rua Abílio Beça, 27.
7 – Igreja de São Bento
A primeira das três igrejas mais importantes da região foi edificada no século XVI e ainda hoje são visíveis as pedras de armas na fachada e o frontão de estilo barroco.
No interior da igreja de São Bento, além das pinturas de Manuel Caetano Fortuna, temos a capela-mor com um retábulo do século XVIII.
8 – Igreja de Santa Maria
Localizada dentro das muralhas da cidadela, a igreja de Santa Maria – também conhecida por igreja de Nossa Senhora do Sardão – é a mais pitoresca. Considerada como a mais antiga da cidade, foi alterada ao longo do tempo e hoje apresenta um estilo barroco, com duas colunas frontais decoradas com vides e cachos.
O interior é composto por três naves decoradas por pinturas cenográficas. Destaca-se também a capela-mor e o retábulo a Santo Estêvão.
9 – Igreja de São Vicente
Esta igreja passa despercebida se não soubermos a lenda que ali mora. Acredita-se que foi neste local que D. Pedro e D. Inês de Castro se casaram em segredo. A revelação feita por D. Pedro depois de se tornar o oitavo rei de Portugal nunca foi provada, mas nas traseiras da entrada da igreja encontra-se o painel em azulejo que relembra o drama amoroso mais popular da história portuguesa.
10 – Corredor Verde do Fervença
Este espaço verde acompanha o rio Fervença do castelo à Ponte do Fervença, ao longo de duas vias pedonais, uma em cada lado do rio. Ao longo do percurso existem várias pontes de ferro que permitem atravessar o rio. Ao longo do ano existem várias feiras, exposições e atividades organizadas ao ar livre que por aqui passam e que dão vida ao Parque Urbano do Fervença, tornando-o um local indispensável a visitar em Bragança.
11 – Miradouro de São Bartolomeu
Localizado a menos de 5 quilómetros do centro da cidade, a subida ao miradouro de São Bartolomeu dá-nos uma panorâmica ampla de Bragança e do seu castelo.
Fica localizado na Estrada de São Bartolomeu, em frente ao Santuário de São Bartolomeu.
12 – Centro de Ciência Viva de Bragança
Para os mais novo, o Centro de Ciência Viva de Bragança permite explorar temas como a energia, o ambiente e a reciclagem, através de várias exposições permanentes: “Pegada Ecológica”, “Corrida de Caracóis”, “Bolo de Anos” e “Ambiente e Qualidade de Vida”.
O centro funciona de terça a sexta das 10h00 às 18h00, e sábado, domingos e feriados das 11h às 19h00. A admissão custa 2,50€ (1€ para crianças até aos 6 anos).
Número total de visualizações do Blogue
Pesquisar neste blogue
Aderir a este Blogue
Sobre o Blogue
SOBRE O BLOGUE:
Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço.
A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)
(Henrique Martins)
COLABORADORES LITERÁRIOS
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário