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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

domingo, 3 de novembro de 2019

PARA UMA SOCIEDADE MELHOR

Por: Humberto Pinho da Silva
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")


No tempo da minha juventude, conheci mocinha, de origem modesta, mas rica de inteligência, esperteza e perspicácia. Enxergava, com clareza, intenções, onde a maioria, apenas entrevia palavras e gestos.
Era pequenina, graciosa nos meneios, de lábios finos, cheios de simpáticos sorrisos. Delicada, como bonequinha de biscuit. 
Gostava de dialogar com ela, acompanhando-a, com satisfação, o raciocínio, quase sempre acertado e oportuno.
Perdi-a há muitos anos, nos encontros e desencontros da vida. Tive pena, porque seu espírito crítico, era-me útil.
Graças a sortilégios da técnica do Facebook, reencontrei-a, já no crepuscular da vida, mas ainda com a frescura e a perspicácia, que conheci.
Certa ocasião, falava-se de novelas de TV, quando ela saiu-se com esta: “- As novelas, não são escritas para nos entreter, mas, modificar o nosso pensamento.”
Já havia chegado a essa conclusão, mas, a frase ficou-me gravada na memória, como verdade incontestável.
A maioria das novelas de TV, são verdadeiras lavagens cerebrais, no intuito de alterar, sem sentir: comportamentos, ideologias, e conceitos morais.
Constantemente somos bombardeados pela televisão – e não só, – com ideias e conceitos da Nova-Moral, de forma a inculcar, mormente na juventude, novos conceitos e comportamentos, que certas minorias, pretendem impor: por interesse económico ou prazer mórbido de perverter a sociedade.
Dizem-me: As novelas são o espelho da sociedade atual. Será? E que sociedade?
Anos há, escutei na “Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto”, interessante conferência, proferida pelo inesquecível comunicador, António Lopes Ribeiro.
A determinado passo, da dissertação, asseverou: “ O cinema não é nem mais, nem menos, do que o espelho da sociedade.”
Concordei e concordo. Mas não será, a sociedade, também, o espelho do cinema e da novela televisiva?
É inegável que o carácter é alicerçado, em tudo que: vemos, ouvimos e lemos. As leituras; o escritor que preferimos; o jornal e a revista, que compramos; os programas de TV, que assistimos; e o canal de televisão que vemos, exercem, sobre nós, efeito determinante, no nosso comportamento.
Igualmente, os locais, que frequentamos: os divertimentos; os amigos; e até o bairro que se vive, influenciam o nosso modo de pensar e agir.
Quem manda, quem tem o poder, conhece perfeitamente, isso, e utiliza-os para moldar-nos, a seu belo prazer, tão subtilmente, que pensamos que as ideias são nossas, e não deles! …
Eu sei, que não há uma sociedade, mas várias, na mesma cidade. Cabe a cada qual, escolher e integrar-se naquela que o ajude a peregrinar, pela vereda do bem.
Sem dúvida, que cabe aos pais e á família, o dever, diria: obrigação, de orientar e criar nos filhos bons hábitos, que lhes forme: carácter honesto e sadio.
O bom exemplo, que recebemos dos progenitores, e a conduta que nos ensinaram, são importantes, não só para nós, como para os outros, porque: a Pátria não é mais, que o conjunto das Famílias.
Por isso, devido à decadência das famílias, a Pátria deixou de ser local seguro: O crime campeia; o respeito acabou; o pudor desapareceu; e a honra e a dignidade, vende-se, tal qual, como Fausto vendeu a alma.
É urgente salvar a nossa civilização. Voltar aos conselhos bíblicos; educar e louvar a virtude; se não queremos caminhar para a promiscuidade. Que nos levará à destruição, ao aniquilamento total da sociedade, que já foi de Cristo.

Humberto Pinho da Silva, nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA.Foi redactor do jornal: “Notícias de Gaia"” e actualmente é o responsável pelo blogue luso-brasileiro: " PAZ".

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