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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

domingo, 3 de novembro de 2019

Cidões queima o "cabrão" e explode de alegria e gente

A Festa da Cabra e do Canhoto atrai milhares de pessoas à aldeia Cidões, no concelho de Vinhais. A aldeia com cerca de 20 habitantes, ganha vida a celebrar a morte da cabra e do canhoto com os forasteiros quem enchem as ruas animadas de figurantes e motivos alegóricos e em torno da fogueira onde arde o canhoto (tronco de árvore) e se prepara o guisado de cabra e a queima do “cabrão” que leva ao êxtase da multidão.  

A tradição de origem celta, marca o arranque das festas de inverno que por todo o nordeste ganham folego com os novos incentivos das câmaras municipais e com a divulgação das redes sociais, onde já proliferam as barracas de comes e bebes para alimentar os foliões.

A tradição inverteu-se um bocado, onde antes eram festas viradas para o seu interior, partilhadas apenas pelos seus habitantes, são agora festas para ser usufruídas por todos, chegam públicos de todo lado, e assim se permitiu manter e reavivar as tradições que tal como as aldeias nordestinas vão ficam esquecidas no baú dos tempos.

Exemplo disso são todas as tradições dos Caretos em Trás-os-Montes, e o expoente máximo talvez chegue em breve com o cada vez mais provável reconhecimento ela UNESCO dos Caretos de Podence, mas podiam ser todos patrimónios da Humanidade, porque todas estas tradições são únicas e genuínas.

Em Cidões, está agora no mapa cultural, faz parte deste roteiro, muito por insistência e resiliência da Associação Raízes, esta tradição local, que esteve esquecida, transformou-se numa das festas mais emblemáticas da região e mantém viva a aldeia com o regresso dos filhos da terra, já que são sobretudo os que se encontram fora que continuam a organizar o evento.

A Festa da Cabra e do Canhoto ganhou o nome do principal ingrediente - a cabra - do jantar confecionado em potes ao lume de uma fogueira gigante com os canhotos (troncos) recolhidos para o efeito.

Reza a lenda que originalmente era designada de "Samhain" e decorria na noite de 31 de outubro a 01 de novembro, simbolizando a comemoração celta mais importante, até à sua conversão ao cristianismo.

Inicia-se, então, com esta festividade o "Ano Novo Celta" que tinha início com a estação escura.

A festa realiza-se este ano no sábado e, como descrevem os organizadores, " é certa a presença do diabo, que descendo as ruas da pequena aldeia de Cidões, em cima de um ruidoso carro de bois, tenta espalhar o pânico e o terror, ameaçando os presentes e grunhindo de raiva, porque nessa noite o manjar principal dos participantes é cabra machorra (velha), que nesta tradição simboliza a mulher do diabo".

Mas, neste mundo de misticismo, há também os "desafiadores" do demónio acompanhados pelo druida e pelas deusas, que preparam e partilham a "poção" mágica, "a queimada", que de tudo os protege.
Antonio Pereira e Lusa

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