“No âmbito do nosso compromisso com o desenvolvimento da região onde se encontram as concessões, acolhemos positivamente qualquer projeto que permita a reabilitação dos terrenos referentes à pedreira em Miranda do Douro, criada há 60 anos aquando da construção da barragem nesta cidade”, indicou à Lusa fonte oficial da empresa.
Segundo uma nota enviada à Lusa, a Movhera assume que “este projeto pretende aumentar a atratividade turística da zona, juntando mais um argumento de atração à infraestrutura turística existente”, apontado como exemplos “o barco de cruzeiro que opera neste território do Douro Internacional, os caminhos pedonais, entre outras valências do turismo natureza”.
Nesse sentido, a Movhera disse estar disponível “para contribuir ativamente para um estudo a lançar, com a contribuição e aprovação das entidades públicas competentes”, bem como estar disponível para “facilitar o acesso à área, que se encontra dentro de uma zona da concessão, caso seja decidido avançar com trabalhos no local”.
Desde o início da fundação do Movimento Cultural Terra de Miranda, em 13 julho de 2020, que a recuperação ambiental da antiga pedreira da Miranda Douro é uma das suas revindicações, considerando a não recuperação daquele espaço “como um crime ambiental continuado para a segurança e salubridade da população”.
Há cerca de três meses, o MCTM apresentou uma queixa na Provedoria de Justiça contra o que considera ser a inação do Estado e da empresa concessionaria no seu dever de recuperação daquele espaço.
Por outro lado, a Movhera indicou igualmente que vai realizar ações de desassoreamento na barragem de Miranda do Douro, em pleno Douro Internacional.
“No âmbito da implementação do plano de investimentos, que tem como objetivo melhorar a operacionalidade dos aproveitamentos hidrelétricos de que é concessionária, a Movhera iniciará brevemente ações de desassoreamento no Aproveitamento Hidroelétrico de Miranda do Douro”, referiu a nova concessionária das barragens transmontanas instaladas na bacia hidrográfica do Douro.
De acordo com a Movhera, o processo escolhido para o desassoreamento, “o qual foi devidamente avaliado e aprovado pelas autoridades competentes, foi concebido para minimizar possíveis impactes ambientais e paisagísticos, assim como constrangimentos nas acessibilidades e infraestruturas de transporte locais”.
“Todos os parâmetros relevantes para a operação estarão permanentemente sujeitos a monitorização por entidades devidamente certificadas, que recorrerão a processos previamente aprovados”.
Acrescenta ainda que prevê que “a operação seja concluída no final do verão”, acrescentando que, "no caso de ser detetado qualquer efeito anómalo consequente das ações de desassoreamento no Aproveitamento Hidroelétrico de Miranda do Douro, Movhera solicita que este seja imediatamente comunicado".
A EDP vendeu seis barragens em Portugal a um consórcio de investidores, formado pela Engie, Crédit Agricole Assurances e Mirova, por 2,2 mil milhões de euros.
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