Por: Humberto Pinho da Silva
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")
Antes de Cabral desembarcar em Porto Seguro – sabem quem é o décimo sexto neto do navegador? Chama-se Bernardo Vasconcelos e Sousa, e é director da Torre do Tombo, – na imensa Pindorama, não havia: galinhas, cavalos, bois... nem o maior amigo do homem – o cachorro.
Era, também, desconhecido, a cana-de-açúcar – trazida da ilha da Madeira, – e muito menos, o café.
Só mais tarde, no século XVIII, Gabriel Clieu, ao ser nomeado governador de Martinica, o cafezeiro foi introduzido na ilha.
O aparecimento do café em terras de Santa Cruz, realizou-se um pouco mais tarde:
Quando Francisco de Melo Palhete, visitou a Guiana francesa, por incumbência do governo do Pará, era governador Claudel D'Orvilliers.
Tanto ele como a simpatiquíssima esposa, receberam -no, em Caiena, em grande hospitalidade e por cortesia, ofereceram-lhe o delicioso cafezinho.
Palhete, desconhecia a bebida, e encantou-se com o aroma e sabor, mostrando-se interessado em o cultivar, também, no Brasil.
Esclareceram-no – para sua tristeza, que era proibido o envio ou oferta de sementes ou mudas de cafezeiro, para fora, – ordem de França.
Palhete compreendeu, e aceitou as sinceras desculpas do governador.
Em compensação, Caudel, convidou-o a visitar cafezal, para conhecer a planta e os redondinhos e rubros frutos
Durante a demorada visita, entrecortada de silêncios e aprazível conversas, a mulher de Caudel, por gentileza, sorrateiramente, introduziu no bolso da jaqueta de Palhete, punhado de sementinhas de café.
Regressou eufórico, a terras brasileiras, e logo tratou de as mandar semear.
Mas, nem no Pará, nem no Maranhão e Amazonas, se desenvolveu, quiçá à qualidade da terra ou desconhecimento da técnica de cultura.
Os resultados foram desastrosos.
Reinava o desânimo nos agricultores... Entretanto, João Alberto Castelo Branco, teve a feliz ideia de o trazer para o Sul do País.
Aí, sim: o cafezeiro cresceu, desenvolveu e reproduziu-se, abundantemente. Mas a planta era cultivada só para uso doméstico e amigos, em insignificantes áreas.
Por esse tempo, o Padre Couto, abastado fazendeiro, resolveu cultivá-lo intensamente, para venda.
Rapidamente a cultura do café expandiu-se: pelo: Rio, São Paulo e Minas, tornando-se numa das maiores riquezas agrícolas do País.
Será que o Brasil soube agradecer, devidamente, à mulher do governador da Guiana, o gesto polido?
Duvido. A gratidão não é comum entre o humano, e ainda menos entre as nações.
Era, também, desconhecido, a cana-de-açúcar – trazida da ilha da Madeira, – e muito menos, o café.
Só mais tarde, no século XVIII, Gabriel Clieu, ao ser nomeado governador de Martinica, o cafezeiro foi introduzido na ilha.
O aparecimento do café em terras de Santa Cruz, realizou-se um pouco mais tarde:
Quando Francisco de Melo Palhete, visitou a Guiana francesa, por incumbência do governo do Pará, era governador Claudel D'Orvilliers.
Tanto ele como a simpatiquíssima esposa, receberam -no, em Caiena, em grande hospitalidade e por cortesia, ofereceram-lhe o delicioso cafezinho.
Palhete, desconhecia a bebida, e encantou-se com o aroma e sabor, mostrando-se interessado em o cultivar, também, no Brasil.
Esclareceram-no – para sua tristeza, que era proibido o envio ou oferta de sementes ou mudas de cafezeiro, para fora, – ordem de França.
Palhete compreendeu, e aceitou as sinceras desculpas do governador.
Em compensação, Caudel, convidou-o a visitar cafezal, para conhecer a planta e os redondinhos e rubros frutos
Durante a demorada visita, entrecortada de silêncios e aprazível conversas, a mulher de Caudel, por gentileza, sorrateiramente, introduziu no bolso da jaqueta de Palhete, punhado de sementinhas de café.
Regressou eufórico, a terras brasileiras, e logo tratou de as mandar semear.
Mas, nem no Pará, nem no Maranhão e Amazonas, se desenvolveu, quiçá à qualidade da terra ou desconhecimento da técnica de cultura.
Os resultados foram desastrosos.
Reinava o desânimo nos agricultores... Entretanto, João Alberto Castelo Branco, teve a feliz ideia de o trazer para o Sul do País.
Aí, sim: o cafezeiro cresceu, desenvolveu e reproduziu-se, abundantemente. Mas a planta era cultivada só para uso doméstico e amigos, em insignificantes áreas.
Por esse tempo, o Padre Couto, abastado fazendeiro, resolveu cultivá-lo intensamente, para venda.
Rapidamente a cultura do café expandiu-se: pelo: Rio, São Paulo e Minas, tornando-se numa das maiores riquezas agrícolas do País.
Será que o Brasil soube agradecer, devidamente, à mulher do governador da Guiana, o gesto polido?
Duvido. A gratidão não é comum entre o humano, e ainda menos entre as nações.
Humberto Pinho da Silva nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG”. e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".
Caríssimo Humberto;
ResponderEliminarCom um atraso de +/- 250 anos, este caipira agradece à Mademoisele Caudel,
por dar esse mimo ao Sr. Palheta (Palhete? ).
Muito obrigado, Sra. CAUDEL!
O povo brasileiro agradece, ainda que tardiamente!
Grato ao nobre colega pela oportunidade de fazer essa correção!