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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira..
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

quinta-feira, 30 de setembro de 2021

COMO CHEGOU O CAFÉ AO BRASIL

Por: Humberto Pinho da Silva 
(colaborador do "Memórias...e outras coisas...")

Antes de Cabral desembarcar em Porto Seguro – sabem quem é o décimo sexto neto do navegador? Chama-se Bernardo Vasconcelos e Sousa, e é director da Torre do Tombo, – na imensa Pindorama, não havia: galinhas, cavalos, bois... nem o maior amigo do homem – o cachorro.
Era, também, desconhecido, a cana-de-açúcar – trazida da ilha da Madeira, – e muito menos, o café.
Só mais tarde, no século XVIII, Gabriel Clieu, ao ser nomeado governador de Martinica, o cafezeiro foi introduzido na ilha.
O aparecimento do café em terras de Santa Cruz, realizou-se um pouco mais tarde:
Quando Francisco de Melo Palhete, visitou a Guiana francesa, por incumbência do governo do Pará, era governador Claudel D'Orvilliers.
Tanto ele como a simpatiquíssima esposa, receberam -no, em Caiena, em grande hospitalidade e por cortesia, ofereceram-lhe o delicioso cafezinho.
Palhete, desconhecia a bebida, e encantou-se com o aroma e sabor, mostrando-se interessado em o cultivar, também, no Brasil.
Esclareceram-no – para sua tristeza, que era proibido o envio ou oferta de sementes ou mudas de cafezeiro, para fora, – ordem de França.
Palhete compreendeu, e aceitou as sinceras desculpas do governador.
Em compensação, Caudel, convidou-o a visitar cafezal, para conhecer a planta e os redondinhos e rubros frutos
Durante a demorada visita, entrecortada de silêncios e aprazível conversas, a mulher de Caudel, por gentileza, sorrateiramente, introduziu no bolso da jaqueta de Palhete, punhado de sementinhas de café.
Regressou eufórico, a terras brasileiras, e logo tratou de as mandar semear.
Mas, nem no Pará, nem no Maranhão e Amazonas, se desenvolveu, quiçá à qualidade da terra ou desconhecimento da técnica de cultura.
Os resultados foram desastrosos.
Reinava o desânimo nos agricultores... Entretanto, João Alberto Castelo Branco, teve a feliz ideia de o trazer para o Sul do País.
Aí, sim: o cafezeiro cresceu, desenvolveu e reproduziu-se, abundantemente. Mas a planta era cultivada só para uso doméstico e amigos, em insignificantes áreas.
Por esse tempo, o Padre Couto, abastado fazendeiro, resolveu cultivá-lo intensamente, para venda.
Rapidamente a cultura do café expandiu-se: pelo: Rio, São Paulo e Minas, tornando-se numa das maiores riquezas agrícolas do País.
Será que o Brasil soube agradecer, devidamente, à mulher do governador da Guiana, o gesto polido?
Duvido. A gratidão não é comum entre o humano, e ainda menos entre as nações.

Humberto Pinho da Silva
nasceu em Vila Nova de Gaia, Portugal, a 13 de Novembro de 1944. Frequentou o liceu Alexandre Herculano e o ICP (actual, Instituto Superior de Contabilidade e Administração). Em 1964 publicou, no semanário diocesano de Bragança, o primeiro conto, apadrinhado pelo Prof. Doutor Videira Pires. Tem colaboração espalhada pela imprensa portuguesa, brasileira, alemã, argentina, canadiana e USA. Foi redactor do jornal: “NG”. e é o coordenador do Blogue luso-brasileiro "PAZ".

1 comentário:

  1. Caríssimo Humberto;
    Com um atraso de +/- 250 anos, este caipira agradece à Mademoisele Caudel,
    por dar esse mimo ao Sr. Palheta (Palhete? ).
    Muito obrigado, Sra. CAUDEL!
    O povo brasileiro agradece, ainda que tardiamente!
    Grato ao nobre colega pela oportunidade de fazer essa correção!

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