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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

segunda-feira, 9 de maio de 2022

𝐀 𝐋Ã

 “𝑄𝑢𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑓𝑎𝑧𝑖𝑎𝑚 𝑎 𝑡𝑜𝑠𝑞𝑢𝑖𝑎 𝑛𝑜́𝑠 𝑖́𝑎𝑚𝑜𝑠 𝑎𝑜 𝑚𝑜𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑎 𝑙𝑎̃ 𝑒 𝑒𝑠𝑐𝑜𝑙ℎ𝑖́𝑎𝑚𝑜𝑠 𝑜𝑠 𝑣𝑒𝑙𝑑𝑟𝑜𝑠 𝑚𝑒𝑙ℎ𝑜𝑟𝑒𝑠, 𝑎 𝑙𝑎̃ 𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑎𝑚𝑜𝑟𝑜𝑠𝑎 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑓𝑎𝑧𝑒𝑟 𝑎 𝑚𝑒𝑖𝑎. 𝐴 𝑜𝑢𝑡𝑟𝑎 𝑙𝑎̃ 𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑎́𝑠𝑝𝑒𝑟𝑎 𝑒𝑟𝑎 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑣𝑒𝑛𝑑𝑒𝑟, 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑓𝑎𝑧𝑒𝑟𝑒𝑚 𝑐𝑜𝑏𝑒𝑟𝑡𝑜𝑟𝑒𝑠. 𝐸𝑢 𝑡𝑟𝑜𝑐𝑎𝑣𝑎 𝑎 𝑙𝑎̃ 𝑝𝑜𝑟 𝑐𝑜𝑏𝑒𝑟𝑡𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑓𝑒𝑖𝑡𝑜𝑠. 𝐹𝑜𝑖 𝑎𝑠𝑠𝑖𝑚 𝑞𝑢𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑒𝑔𝑢𝑖 𝑎𝑟𝑟𝑎𝑛𝑗𝑎𝑟 𝑐𝑜𝑏𝑒𝑟𝑡𝑜𝑟𝑒𝑠.” Mestre Imperatriz


Tudo começa com a tosquia das ovelhas em Maio ou Junho para que consigam suportar o calor dos meses quentes e, aquando da chegada dos tempos frios, já tenham lã para se proteger dos invernos rigorosos. Com uma tesoura cortam a lã da ovelha.

A lã é lavada com água quente para a limpar de toda a sujidade. Depois, é colocada a secar.

“𝐴 𝑙𝑎̃ 𝑡𝑒𝑚 𝑑𝑒 𝑠𝑒𝑟 𝑏𝑒𝑚 𝑙𝑎𝑣𝑎𝑑𝑎 𝑝𝑜𝑟𝑞𝑢𝑒 𝑡𝑒𝑚 𝑚𝑢𝑖𝑡𝑎 𝑔𝑜𝑟𝑑𝑢𝑟𝑎.“ Mestre Imperatriz

Chega a altura das mulheres escarramiçarem a lã. A dona da lã convidava as outras raparigas da aldeia para esta tarefa. Escarramiçar consiste em abrir a lã e tirar algumas impurezas como ervas, deixando-a sem nós. A lã fica macia para depois ser mais fácil de fiar. No final desta tarefa, era chegada a hora por que todos ansiavam, o baile.

Com o fuso e a roca, as mulheres fiam a lã, transformando-a num fio. A lã é torcida para ficar mais resistente. Depois a lã é trabalhada com várias agulhas para fazer a meia, camisolas e ainda se fizeram combinações e saiotes.

“…𝑎𝑠 𝑚𝑢𝑙ℎ𝑒𝑟𝑒𝑠 𝑢𝑠𝑎𝑣𝑎𝑚 𝑠𝑎𝑖𝑜𝑡𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑙𝑎̃. 𝐷𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑛𝑎̃𝑜 𝑠𝑒 𝑢𝑠𝑎𝑣𝑎𝑚 𝑐𝑎𝑙𝑐̧𝑎𝑠. 𝐿𝑒𝑚𝑏𝑟𝑜-𝑚𝑒 𝑑𝑎𝑠 𝑚𝑢𝑙ℎ𝑒𝑟𝑒𝑠 𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑎𝑛𝑡𝑖𝑔𝑎𝑠 𝑢𝑠𝑎𝑟𝑒𝑚 𝑠𝑎𝑖𝑜𝑡𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑙𝑎̃, 𝑣𝑒𝑠𝑡𝑖𝑎𝑚 𝑢𝑚𝑎 𝑐𝑎𝑚𝑖𝑠𝑎 𝑓𝑖𝑛𝑎 𝑝𝑜𝑟 𝑏𝑎𝑖𝑥𝑜 𝑝𝑜𝑟𝑞𝑢𝑒 𝑜𝑠 𝑠𝑎𝑖𝑜𝑡𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑙𝑎̃ 𝑝𝑖𝑐𝑎𝑣𝑎𝑚 𝑚𝑢𝑖𝑡𝑜 𝑛𝑜 𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜…”  Mestre Imperatriz

A lã tinha vários destinos:

- Vendida ao peleiro;

- Fiada com a roca e o fuso, dobada e torcida. Depois, as mulheres faziam a meia, camisolas, saiotes com a ajuda de agulhas. Neste processo eram escolhidos os fios melhores, os mais finos e macios.

- A lã mais grossa ia para os cobertores, que eram feitos em teares.  

- Era cardada e depois ia para o Pisão, onde era obtido o pardo. O pisão era movido a água como o moinho. O movimento da água acionava martelos de madeira que pisavam constantemente a lã. A lã era batida e escaldada. Depois o pardo era tingindo e com ele o alfaiate fazia capas, calças, casacos.

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