“Compreender a relação entre o território, o meio ambiente e a arquitetura vernacular foi uma experiência muito enriquecedora que muito nos inspirou”, “Deu-nos a todos nós uma nova perspetiva sobre o que a solidariedade pode significar”, “Eu amo apenas alguns lugares e Uva é agora um deles”, “Uma experiência memorável que aconselho a todos”, “Mostra como a Europa pode unir-se para construir coisas novas”, “Esta experiência foi além de todas as minhas expetativas”, “Aprendi tantas coisas”: estas são algumas das frases escritas pelo grupo de 13 voluntários/as da Croácia, França e Portugal que participaram no 60.º Campo de Trabalho Voluntário Internacional (CTVI) - Restauro de um pombal tradicional, que decorreu na aldeia transmontana de Uva, no concelho de Vimioso, entre os dias 23 de abril e 9 de maio.
Durante este CTVI, foram realizados trabalhos de reconstrução e recuperação de um pombal tradicional e de muros de pedra, através do uso de técnicas tradicionais de construção, bem como atividades de conservação da natureza.
Trabalhos durante o 60.º CTVI. Fotografia Florence Magniez. |
Este CTVI também teve como propósito promover a dinamização do mundo rural, a descoberta do território e da sua riqueza natural, patrimonial, cultural e humana, bem como a partilha intergeracional de experiências e conhecimento.
O 60.º CTVI foi realizado no âmbito do projeto "Hands on - Volunteering teams for Rural and Natural Heritage”, financiado pelo programa Volunteering in High Priority Areas do Corpo Europeu de Solidariedade da União Europeia, em colaboração com a associação Dragodid, da Croácia, e a associação Union Rempart, da França. Contou ainda com o apoio institucional do Município de Vimioso e da União de Freguesias de Algoso, Campo de Víboras e Uva.
Trabalhos durante o 60. CTVI. Fotografia Fran Polan |
O que disseram os/as voluntários/as sobre esta experiência?
“Para mim, este campo de trabalho permitiu conhecer as técnicas tradicionais de construção e compreender este tipo de estruturas, a minha curiosidade foi satisfeita! O mais vantajoso foi contactar com a comunidade, foi muito bom ter pessoas de quatro nacionalidades diferentes num só lugar. Acho que realmente mostra como a Europa pode unir-se para construir coisas novas, mesmo que sejamos de países diferentes!” Florian Chabridon - França
"O campo de trabalho do projeto Hands On em Uva deu-nos a todos nós uma nova perspetiva sobre o que a solidariedade pode significar, entre voluntários, idosos da aldeia, toda a comunidade e ecossistema. Além disso, compreender a relação entre o território, o meio ambiente e a arquitetura vernacular foi uma experiência muito enriquecedora que muito nos inspirou. Este foi um dos campos de trabalho em que participei favoritos e nunca foi tão difícil sair de um lugar! Eu amo apenas alguns lugares e Uva é agora um deles." Maja Flajsig - Croácia.
Florance Magniez. |
"Poder conhecer e vivenciar uma parte tão rica da nossa cultura com pessoas de outros países foi muito interessante. Ganhei também interesse por algumas atividades e conceitos que nos foram apresentados nas atividades de lazer. Termos um contacto tão próximo com a população local também ajuda muito para nos sentirmos parte da aldeia e do programa. Excedeu verdadeiramente as minhas expetativas.” Diogo Villaverde - Portugal
"Quando digo a alguém que passei duas semanas a ajudar no restauro de um pombal numa aldeia (Uva), em Bragança, as pessoas ficam algo confusas. Mas não foram duas semanas apenas a limpar telhas, muros de pedra, etc. Durante esse tempo, pude conhecer um pouco as tradições dos habitantes daquela região, explorar o património e, acima de tudo, conhecer e fazer amizade com novas pessoas de vários países da Europa. Vão deixar saudades os jantares onde se ouvia uma panóplia de línguas desde o croata, francês, espanhol, “portunhol”, português, italiano. E quando uma palavra teimava em ficar na ponta da língua até a linguagem gestual era utilizada." Tiago Daniel - Portugal.
Fran Polan. |
"Participar neste campo de trabalho foi para mim uma experiência extremamente enriquecedora, poder contribuir para a valorização e recuperação do património da minha aldeia, conhecer pessoas de diferentes origens e poder compartilhar bons momentos com o grupo e a população, culminando na festa da aldeia, não poderia ter sido melhor. Uma experiência memorável que aconselho a todos!" Miguel Lopes - Portugal
“O campo de trabalho em Uva foi maravilhoso e muito bem organizado. Eu gostei sobretudo das pessoas. Campos de trabalhos como este, nos quais temos realmente que trabalhar, são atrativos para pessoas que pensam de forma semelhante e são descontraídas. Nestas duas semanas, fiquei impressionada com a sensação de termos conseguido criar uma pequena comunidade funcional, e, mais importante ainda, de a conseguir manter.” Ana Uremović - Croácia.
Diogo Villaverde. |
Tiago Daniel. |
"Para mim, o campo de trabalho em Uva foi talvez a melhor experiência que tive este ano. Gostei muito de todos os participantes e de como aprendemos uns com os outros sobre as diferenças e semelhanças das nossas culturas. Todo esse "ambiente social" foi agradável e, em pouco tempo, tornámo-nos todos amigos. Estar num lugar tão pequeno como Uva permitiu-me ter uma melhor perceção sobre toda a cultura, tradição e dinâmica de viver numa pequena aldeia portuguesa. As pessoas de Uva também foram muito generosas e acho que todos nos sentimos acolhidos pela comunidade da aldeia. O trabalho que fizemos no pombal foi interessante e acho que todos aprenderam algo novo (trabalhar a pedra de uma forma particular, colocar telhas nos telhados, fazer argamassa, etc.). Foi divertido e educativo e acho que esse é o foco principal de workshops/projetos como este." Anica Tubanović - Croácia.
"Foi a primeira vez que participei num campo de trabalho voluntário, então não sabia o que esperar. Eu precisava de sair da rotina, queria conhecer pessoas e por mãos à obra. Estas duas semanas foram incríveis! A organização foi quase perfeita: horário, refeições, atividades… aprendi tantas coisas." Florence Magniez - França.
Florian Chabridon. |
“Esta experiência foi além de todas as minhas expetativas. Tudo estava muito bem organizado. Aprendi muitas coisas úteis neste campo de trabalho e muito sobre a cultura e as pessoas durante os passeios de lazer. As comidas e bebidas tradicionais eram mais do que deliciosas, eu não conseguia decidir qual almoço era o melhor. Mas, para mim, o mais importante deste campo de trabalho foram as pessoas. Foi muito bom experimentar a vida em comunidade; durante duas semanas, senti-me como parte de uma pequena "tribo" que estava a ajudar uma comunidade local da melhor forma possível.” Fran Polan - Croácia.
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