Por: Fernando Calado
(colaborador do Memórias...e outras coisas...)
Meu avô, Manuel Joaquim Calado, nasceu em 15 de abril de 1872 e faleceu, já com uma certa idade, em 19 de novembro de 1916, tinha 44 anos
A minha avó, Maria da Conceição Oliveira, nasceu a 16 de março de 1875 e faleceu a 7 de dezembro de 1938. Ficou muito doente. Ainda chamaram o médico de Bragança. Lavou as mãos, auscultou a enferma e concluiu, muito sério: - Não há nada a fazer!... Gastou-se como uma vela!
Era muito velhinha, tinha 63 anos.
Enviuvou quando tinha 41 anos. Ficou sozinha com três filhos e uma estalagem para aturar. Era preciso fazer batatas à espanhola para os almocreves e acomodar as montadas no palheiro… gastou-se.
Em 1918 teve muito medo da pandemia… e dos almocreves, ciganos e pedintes que vinham de longe… alguns morriam no palheiro… só por milagre resistiu à peste, pois já tinha 43 anos.
… os soldados que vinham da grande guerra contavam horrores de mortes e desgraças tantas… ela benzia-se e encomendava-se a São Sebastião.
… fizeste bem meu homem, meu Manuel, não teres comprado a capela de São Sebastião, quando em 1911, aquele republicano de Bragança, anticlerical, ta queria vender por umas cascas de alho… e fazia-te tanta falta para armazém!
… mas a pandemia passou… e assististe a tantos funerais e tu resististe… São Sebastião… protegeu-te agradecido.
…Um pobre vindo de longe contou-te que em 1917 uma santinha tinha aparecido em Fátima… longe que eu sei lá… e em 1918 todos os dias rezavas o terço em honra da santinha de Fátima… para que livrasse o mundo da fome, da peste e da guerra…
… vidas… resististe minha menina… minha avó, a tantos males, a tantas mortes e felizmente morreste muito velhinha com 63 anos.
A minha avó, Maria da Conceição Oliveira, nasceu a 16 de março de 1875 e faleceu a 7 de dezembro de 1938. Ficou muito doente. Ainda chamaram o médico de Bragança. Lavou as mãos, auscultou a enferma e concluiu, muito sério: - Não há nada a fazer!... Gastou-se como uma vela!
Era muito velhinha, tinha 63 anos.
Enviuvou quando tinha 41 anos. Ficou sozinha com três filhos e uma estalagem para aturar. Era preciso fazer batatas à espanhola para os almocreves e acomodar as montadas no palheiro… gastou-se.
Em 1918 teve muito medo da pandemia… e dos almocreves, ciganos e pedintes que vinham de longe… alguns morriam no palheiro… só por milagre resistiu à peste, pois já tinha 43 anos.
… os soldados que vinham da grande guerra contavam horrores de mortes e desgraças tantas… ela benzia-se e encomendava-se a São Sebastião.
… fizeste bem meu homem, meu Manuel, não teres comprado a capela de São Sebastião, quando em 1911, aquele republicano de Bragança, anticlerical, ta queria vender por umas cascas de alho… e fazia-te tanta falta para armazém!
… mas a pandemia passou… e assististe a tantos funerais e tu resististe… São Sebastião… protegeu-te agradecido.
…Um pobre vindo de longe contou-te que em 1917 uma santinha tinha aparecido em Fátima… longe que eu sei lá… e em 1918 todos os dias rezavas o terço em honra da santinha de Fátima… para que livrasse o mundo da fome, da peste e da guerra…
… vidas… resististe minha menina… minha avó, a tantos males, a tantas mortes e felizmente morreste muito velhinha com 63 anos.
Fernando Calado nasceu em 1951, em Milhão, Bragança. É licenciado em Filosofia pela Universidade do Porto e foi professor de Filosofia na Escola Secundária Abade de Baçal em Bragança. Curriculares do doutoramento na Universidade de Valladolid. Foi ainda professor na Escola Superior de Saúde de Bragança e no Instituto Jean Piaget de Macedo de Cavaleiros. Exerceu os cargos de Delegado dos Assuntos Consulares, Coordenador do Centro da Área Educativa e de Diretor do Centro de Formação Profissional do IEFP em Bragança.
Publicou com assiduidade artigos de opinião e literários em vários Jornais. Foi diretor da revista cultural e etnográfica “Amigos de Bragança”.
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