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SOBRE O BLOGUE: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

COLABORADORES LITERÁRIOS
COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blogue, apenas vinculam os respetivos autores.

quarta-feira, 25 de maio de 2022

Portugal está a conseguir controlar a vespa das galhas do castanheiro

 A luta biológica contra a vespa das galhas do castanheiro abrangeu 116 municípios desde 2015 e envolveu 3.183 largadas dos parasitóides que eliminam a praga que afeta a produção da castanha, foi hoje anunciado.


“Com o esforço de todos estamos a conseguir controlar a praga”, afirmou à agência Lusa José Gomes Laranjo, investigador da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e presidente da Associação Portuguesa da Castanha (RefCast), que tem sede em Vila Real.

A vespa das galhas do castanheiro assolou os soutos e ameaçou a produção de castanha que é fonte de rendimento para muitas famílias. A sua dispersão já era esperada quando foi detetado o primeiro foco de infestação em território nacional, em 2014.

Desde 2015, segundo salientou o investigador, foram realizadas 3.183 largadas em 116 municípios, numa área estimada de 25 mil hectares de castanheiro dos territórios de Trás-os-Montes, Douro, Minho, Beiras, Douro Litoral e Madeira.

Os parasitóides ‘Torymus sinensis' são insetos que se alimentam das larvas que estão nas árvores e são capazes de exterminar a vespa.

Esta vespa deposita os seus ovos nos gomos do castanheiro durante os meses de julho e agosto, tornando-se na primavera seguinte visíveis através do aparecimento das galhas, que são pequenos invólucros com as larvas no interior.

Este ciclo está a ser combatido com a largada dos insetos “bons” nos meses de abril e maio que, ao propagarem-se no mesmo espaço, vão parasitar as larvas existentes no interior das galhas, travando a formação de novas vespas.

Em 2022 foram realizadas cerca de 700 largadas, em 60 concelhos (Continente e Madeira). No ano passado a luta biológica abrangeu 89 municípios e foram realizadas à volta de 1.000 largadas.

“A tendência é diminuir ainda mais, porque nós estamos a distribuir, pelas várias áreas da castanha, no país, um novo inseto que se vai instalar, criar a sua população e que, depois, vai parasitar a praga. Portanto, uma vez instalado nós não precisamos de andar sistematicamente a fazer largadas. O processo começa a ficar estabilizado”, explicou José Gomes Laranjo.

O especialista adiantou que, de acordo com a monitorização que é feita anualmente, “o parasitóide está instalado” e que, agora, é preciso “deixar o tempo passar para que, ano após ano, a população do parasitóide se multiplique, cresça e ganhe predomínio sobre a vespa”.

José Gomes Laranjo fala em quebras pontuais de produção, mas frisou que a nível nacional “não foram sentidas quebras de produção por causa da vespa”.

“E isto é, já de si, a grande vitória do trabalho feito por toda a gente desde 2015”, sublinhou, apontando que o “apoio dos municípios foi decisivo”.

Em 2014, temia-se que as perdas na produção pudessem atingir os 80%, o que constituiria uma séria ameaça à sustentabilidade do setor.

As previsões estavam, segundo o investigador, fundamentadas naquilo que se tinha passado em Itália, onde a redução da produção atingiu, precisamente, os cerca de 80%.

“Nós atacamos a praga logo no ano seguinte a ela ter aparecido”, afirmou.

O plano está a ser concretizado no âmbito do protocolo Biovespa, que envolve a RefCast, produtores, autarquias e os serviços do ministério da Agricultura.

Atualmente é possível fazer a georreferenciação das largadas através de uma aplicação de telemóvel que permite inserir imediatamente a informação, que fica disponível numa base de dados acessível através da página na Internet soscast.eu.

Aos produtores é também aconselhado não lavrar os soutos, não queimar a lenha de poda onde estão as galhas com os parasitóides e não aplicar inseticidas.

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