terça-feira, 31 de maio de 2022

Habitantes de Tuizelo têm cuidados de saúde à porta de casa uma vez por mês

 Viver em aldeias isoladas do interior transmontano parece cada vez mais sinónimo de estar longe de tudo, até do acesso aos cuidados de saúde


Em Tuizelo, no concelho de Vinhais, esta tendência é contrariada. Com o "Médico na Freguesia" as pessoas da aldeia têm à porta de casa consultas, receitas, conselhos e seguimento médico.

Em Tuizelo os sábados são outra vez de louvar porque o médico está de regresso. Há oito anos que nesta localidade um profissional de saúde visita e consulta aqueles vinhaenses.

O "Médico na Freguesia" foi interrompido em Setembro de 2021, mas voltou agora em força a Tuizelo e, claro, quem precisou não perdeu a vez.

“Venho aqui buscar uma receita dos medicamentos que me faltam, da tensão, do colesterol, do estômago e mais alguns”, referiu uma utente.

A freguesia de Tuizelo é composta ainda por Peleias, Quadra, Salgueiros, Nuzedo de Cima, Cruz, Cabeça de Igreja e Revelhe. Os que precisam de receitas e de seguimento passam por ali porque nem sempre é assim tão simples ir à sede de concelho.

“Agora com a covid quase não se pode ir a Vinhais. É uma mais-valia para nós. Venho aqui por causa das receitas. Se fosse ao hospital não ma dão logo e depois tenho que lá voltar outro dia e a gasolina não está barata”, disse outra utente.

A visita do clínico não é só aplaudida pelos vinhaenses. A própria médica, Dília Silva, que começou a visitar Tuizelo no mês passado, também se sente satisfeita por estar a ajudar.

“Aderi logo porque vem beneficiar muito algumas carências destas populações, portanto é sempre uma ajuda. Acho que as pessoas gostam e eu também fico muito contente de estar aqui e poder ajudar. As pessoas vêm sobretudo porque precisam de receitas, outras vêm também porque gostam de conversar um bocadinho e sente-se muito que as pessoas estão muito sozinhas”, contou.

José Gonçalves Afonso é o presidente da Junta de Freguesia de Tuizelo. Está no segundo mandato mas já pertencia à junta quando o projecto foi implementado.

“Surgiu por pensarmos que o desenvolvimento de terras e povos não se mede só por cimento e alcatrão. Há outros indicadores que medem o desenvolvimento de uma terra, como o acesso à cultura e à saúde e é aqui que entra este projecto. Há muitas pessoas na aldeia que não têm meio de transporte próprio, os transportes públicos não são compatíveis e por isso é sempre uma mais-valia”, explicou o autarca.

As consultas decorrem uma vez por mês, na sede da junta de freguesia.

O projecto retomou no mês passado, sendo que começou há já oito anos.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Carina Alves

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