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SOBRE O BLOG: Bragança, o seu Distrito e o Nordeste Transmontano são o mote para este espaço. A Bragança dos nossos Pais, a Nossa Bragança, a dos Nossos Filhos e a dos Nossos Netos..., a Nossa Memória, as Nossas Tertúlias, as Nossas Brincadeiras, os Nossos Anseios, os Nossos Sonhos, as Nossas Realidades... As Saudades aumentam com o passar do tempo e o que não é partilhado, morre só... Traz Outro Amigo Também...
(Henrique Martins)

COLABORADORES LITERÁRIOS

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COLABORADORES LITERÁRIOS: Paula Freire, Amaro Mendonça, António Carlos Santos, António Torrão, Fernando Calado, Conceição Marques, Humberto Silva, Silvino Potêncio, António Orlando dos Santos, José Mário Leite. Maria dos Reis Gomes, Manuel Eduardo Pires, António Pires, Luís Abel Carvalho, Carlos Pires, Ernesto Rodrigues, César Urbino Rodrigues e João Cameira.
N.B. As opiniões expressas nos artigos de opinião dos Colaboradores do Blog, apenas vinculam os respetivos autores.

sexta-feira, 6 de maio de 2022

SÃO PEDRO VELHO ESPERA MILHARES DE VISITANTES PARA PROVAR PROVAVELMENTE O MORANGO MAIS DOCE DE PORTUGAL

 FEIRA DO VINHO E DOS MORANGOS REGRESSA TRÊS ANOS DEPOIS.


No próximo fim-de-semana, São Pedro Velho, aldeia do concelho de Mirandela com menos de 200 habitantes, conhecida por produzir, provavelmente, os morangos mais doces do país, prepara-se para receber milhares de pessoas no regresso da feira dedicado àquele fruto, que já não acontece desde 2019, devido à pandemia.

Apenas quatro agricultores produzem anualmente cerca de 100 toneladas. Perto de dez por cento da produção, estima-se que será vendida nos próximos dois dias.

Acompanhamos uma manhã de trabalho intenso na apanha do morango.

“Têm de se apanhar com jeito para não partir o morango verde que há, nem a flor”. Pouco depois das sete da manhã, aos primeiros raios de sol, Bruna Morais e mais sete pessoas davam início ao delicado processo de apanha do morango.

A poucas centenas de metros da aldeia rotulada como a capital do morango do nordeste transmontano, à beira da estrada, fica um morangal com cerca de dois hectares coberto por centenas de metros de plástico. De chapéu, por causa do sol, e com joelheiras para suavizar o constante contacto com o solo, Bruna confessa que este é um trabalho duro. “Isto ao fim do dia dá cabo de nós, são dores nas pernas e nas costas porque andamos todo o dia amarrados, por isso é que os mais novos não querem nada com isto e passam todo o dia agarrados ao computador e aos telemóveis”, diz esta mulher que já anda nestas andanças há 16 anos, repartidos pela França e Portugal.

Ainda assim, há exceções a esta regra. Regina Martins, com 25 anos de idade, garante que adora todo o tipo de trabalho agrícola, bem como as duas irmãs: Sofia, de 28 anos e Infância de 30 anos, que também a acompanham na jornada de trabalho. “As pessoas novas não gostam da terra, não gostam de sujar as unhas, mas nós sempre fomos habituadas a trabalhar no campo desde pequeninas e gostamos da agricultura”, afirma Regina Martins que dá a receita para esta “arte” de colher morangos: “têm de se pegar com jeitinho, é como se fossem ovos, porque são muito frágeis e ficam logo todos maçados”, diz.

Manuel Pinto, um dos quatro agricultores que anualmente produzem cerca de 100 toneladas de morangos que são vendidos na região, mas também em Espanha, e empregam, sazonalmente, cerca de 40 pessoas, explica que a apanha requer muito cuidado. “Não é qualquer pessoa que pode trabalhar nisto, não se pode partir a planta, porque ela vai servir para um ano inteiro de produção,” sublinha este produtor de morangos que tem características únicas.

O microclima que existe na aldeia, propício ao cultivo do fruto, o solo rico em potássio e a experiência dos produtores que passaram algum tempo em países com tradição de morango, são fatores que conferem um aroma especial ao fruto, mais doce que o habitual. “Ainda agora tive aí pessoas que vieram de Famalicão e depois de os provarem pela primeira disseram logo que não há disto em mais parte nenhuma. É um favo de mel autêntico”, conta.

No próximo fim-de-semana, a junta de freguesia volta a promover a feira do morango, que regressa depois de dois anos de pandemia e Manuel Pinto acredita numa enchente. “Acho que a feira vai ser um fenómeno, já tenho medo de não ter morango para tanta gente que ai vem. Já tenho mais de 100 caixas encomendadas de gente do Porto e Braga, há uma semana”, diz.

Também a autarca local está otimista. “Estão criadas todas as condições para ser o fim-de-semana perfeito. Vai estar bom tempo, as pessoas estão com saudades de sair, de conviver, juntando ao facto de o morango de São Pedro Velho ser um fruto muito apetecível e muito procurado”, adianta Fernanda Guerra.

Diga-se que está igualmente previsto um percurso pedestre com uma particularidade: “os caminheiros vão parar numa exploração onde podem apanhar o morango e levar para casa. Para quem vem das cidades é a oportunidade de aprender a colher morangos e assiste-se a momentos caricatos", assegura a presidente de junta.

Na feira do fim-de-semana, espera-se que sejam vendidos perto de dez toneladas. Cada caixa com 2 quilos de morangos fica a sete euros.

Artigo escrito por Fernando Pires
(jornalista)

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