Por: Antônio Carlos Affonso dos Santos – ACAS
São Paulo (Brasil)
(colaborador do Memórias...e outras coisas)
Quem é o Príncipe; quem é o general Malibu? Veremos!
O Príncipe dos Mendigos é um belga, agora sei, de mais de setenta anos de idade, que vagueia pela região de Pinheiros. Ele já “morou” na Avenida Pedroso de Morrais, numa marquise da Avenida Paulista e no campus da USP. Hoje, suponho, ele é simplesmente um “sem teto”; com o diferencial que é mestre em filosofia e fala Português e Francês. Este autor lembrou-se de que o viu, ao menos uma vez, acampado no canteiro central da Avenida Pedroso de Morais, em Pinheiros. Isso ocorreu entre 2012 e 2013; muito antes da Pandemia da Covid 19. Ele portava um caderno espiral, desses de estudantes, tamanho grande, e algo como caneta ou lápis na destra, com que ele escrevia sem parar, quiçá anotando observações de campo. Tomara que ele tenha se salvado. Pena que eu não tenha falado com ele nem o tenha identificado na oportunidade.
O fato dele ficar sempre próximo da USP tem uma explicação: Nosso herói era professor de filosofia e orientador de mestrado e doutorado em filosofia. Obviamente, ele lecionava na USP, e não queria sair de dentro da região que ele melhor conhece em São Paulo.
Assim, um homem velho que abandonou o passado deambula pelas ruas da maior metrópole do hemisfério sul do planeta (São Paulo- Brasil). Ele percorre alguns quilômetros por dia, à procura de um local para dormir, alguém que lhe dê comida, procura por água para se lavar e às suas roupas/trapos encardidos. O Príncipe dos Mendigos carrega consigo apenas um carrinho, desses de supermercado; suas tralhas, alguns cobertores, alguns poucos livros e cadernos, metidos num saco plástico, e à sua própria velhice. Agora, ele é apenas um rosto, sem nome, na multidão.
Um aluno dele, que defendeu tese de doutorado em Filosofia na USP e que teve o professor/Príncipe na banca de avaliação, teve notícias deles, depois de quase dois anos, sem sequer saber o que tenha ocorrido com seu orientador e Mestre. E só teve notícias, por que foi divulgado por uma repórter de jornal, uma matéria em que ela informa à USP, à cidade de São Paulo e ao mundo, que o professor, e mestre em filosofia, estava vivo, embora fazia-se como que um tanto desalentado e desorientado, quando a repórter o entrevistou. A repórter fica encantada com a inteligência, a clareza de ideias e a desenvoltura do Príncipe e, observando a triste realidade em que ele vivia, o convida para jantar em sua casa; convite o qual ele não aceitou; e nem à oferta dela em trazer-lhe um lanche especial ou até uma refeição. Não só ele não aceitou, como ainda agradeceu a ela pela gentileza. Então, ela foi homenageada por ele, que cantou uma canção em francês, findo a qual, fez a tradução: tratava-se de um personagem real ou fictício) chamado Malibu, que foi à guerra durante a Páscoa, e que promete voltar até o dia dos mortos (8 meses após). Para a repórter, ele segredou que, quando o general Malibu voltar da guerra, ele volta às aulas.
O Príncipe dos Mendigos, segundo o ex-aluno, está fisicamente bem, embora manque bastante da perna direita. O ex-aluno oferece-lhe ajuda; que ele não aceita, e o faz de maneira bem clara.
E assim, o General Malibu e o mestre em Filosofia convivem na mesma alma, no corpo de um mendigo; aliás, de um Príncipe dos Mendigos. General Malibu; o herói do Príncipe dos Mendigos.
Sua história virou filme, pois em 2016, o diretor de cinema, Cristiano Bu rlan, com o auxílio do próprio Jean-Claude, fez o roteiro e filmou o protagonista dessa crônica, atuando nas ruas. O título do filme é “FOME”. Por coincidência, em 2016, nosso Príncipe dos Mendigos completou 80 anos de idade, enquanto participava do filme. Este autor só soube do filme e a identidade do mendigo em 2022. O autor também desconhece o paradeiro do professor Jean-Claude Bernadet, o Príncipe dos Mendigos, sequer sabe se está ainda vivo ou não.
O Príncipe dos Mendigos é um belga, agora sei, de mais de setenta anos de idade, que vagueia pela região de Pinheiros. Ele já “morou” na Avenida Pedroso de Morrais, numa marquise da Avenida Paulista e no campus da USP. Hoje, suponho, ele é simplesmente um “sem teto”; com o diferencial que é mestre em filosofia e fala Português e Francês. Este autor lembrou-se de que o viu, ao menos uma vez, acampado no canteiro central da Avenida Pedroso de Morais, em Pinheiros. Isso ocorreu entre 2012 e 2013; muito antes da Pandemia da Covid 19. Ele portava um caderno espiral, desses de estudantes, tamanho grande, e algo como caneta ou lápis na destra, com que ele escrevia sem parar, quiçá anotando observações de campo. Tomara que ele tenha se salvado. Pena que eu não tenha falado com ele nem o tenha identificado na oportunidade.
O fato dele ficar sempre próximo da USP tem uma explicação: Nosso herói era professor de filosofia e orientador de mestrado e doutorado em filosofia. Obviamente, ele lecionava na USP, e não queria sair de dentro da região que ele melhor conhece em São Paulo.
Assim, um homem velho que abandonou o passado deambula pelas ruas da maior metrópole do hemisfério sul do planeta (São Paulo- Brasil). Ele percorre alguns quilômetros por dia, à procura de um local para dormir, alguém que lhe dê comida, procura por água para se lavar e às suas roupas/trapos encardidos. O Príncipe dos Mendigos carrega consigo apenas um carrinho, desses de supermercado; suas tralhas, alguns cobertores, alguns poucos livros e cadernos, metidos num saco plástico, e à sua própria velhice. Agora, ele é apenas um rosto, sem nome, na multidão.
Um aluno dele, que defendeu tese de doutorado em Filosofia na USP e que teve o professor/Príncipe na banca de avaliação, teve notícias deles, depois de quase dois anos, sem sequer saber o que tenha ocorrido com seu orientador e Mestre. E só teve notícias, por que foi divulgado por uma repórter de jornal, uma matéria em que ela informa à USP, à cidade de São Paulo e ao mundo, que o professor, e mestre em filosofia, estava vivo, embora fazia-se como que um tanto desalentado e desorientado, quando a repórter o entrevistou. A repórter fica encantada com a inteligência, a clareza de ideias e a desenvoltura do Príncipe e, observando a triste realidade em que ele vivia, o convida para jantar em sua casa; convite o qual ele não aceitou; e nem à oferta dela em trazer-lhe um lanche especial ou até uma refeição. Não só ele não aceitou, como ainda agradeceu a ela pela gentileza. Então, ela foi homenageada por ele, que cantou uma canção em francês, findo a qual, fez a tradução: tratava-se de um personagem real ou fictício) chamado Malibu, que foi à guerra durante a Páscoa, e que promete voltar até o dia dos mortos (8 meses após). Para a repórter, ele segredou que, quando o general Malibu voltar da guerra, ele volta às aulas.
O Príncipe dos Mendigos, segundo o ex-aluno, está fisicamente bem, embora manque bastante da perna direita. O ex-aluno oferece-lhe ajuda; que ele não aceita, e o faz de maneira bem clara.
E assim, o General Malibu e o mestre em Filosofia convivem na mesma alma, no corpo de um mendigo; aliás, de um Príncipe dos Mendigos. General Malibu; o herói do Príncipe dos Mendigos.
Sua história virou filme, pois em 2016, o diretor de cinema, Cristiano Bu rlan, com o auxílio do próprio Jean-Claude, fez o roteiro e filmou o protagonista dessa crônica, atuando nas ruas. O título do filme é “FOME”. Por coincidência, em 2016, nosso Príncipe dos Mendigos completou 80 anos de idade, enquanto participava do filme. Este autor só soube do filme e a identidade do mendigo em 2022. O autor também desconhece o paradeiro do professor Jean-Claude Bernadet, o Príncipe dos Mendigos, sequer sabe se está ainda vivo ou não.
ACAS
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