Foto: Arquivo Global Imagens |
Os estudos preparatórios estão a ser desenvolvidos com o apoio e financiamento do programa "European Open Rivers Programme", uma organização que atribui fundos dedicados à remoção de barreiras para o restauro da continuidade fluvial dos rios, adiantou uma fonte daquela associação ambientalista.
O financiamento vai permitir realizar visitas de campo para identificar e mapear barreiras fluviais nos três rios, bem como para estudar a viabilidade da sua remoção.
No rio Sabor, no concelho de Bragança, vai ser retomada a preparação para a retirar o açude do Prado Novo (Montesinho) e outro próximo da aldeia de Gimonde. "Ambos os açudes já tinham sido identificados como prioritários para remoção por um estudo do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas em 2014. Com esta remoção, estaremos a beneficiar espécies nativas de peixes, bem como mamíferos altamente ameaçados como a toupeira-de-água, que ocorre apenas em algumas partes do norte de Portugal, Espanha, Andorra e França", descreveu a fonte.
No rio Sousa, na zona de Felgueiras, o objetivo passa por remover 13 açudes, ao longo de 21 quilómetros, mais de um terço do total do comprimento do curso de água. Estes trabalhos vão permitir a proteção de espécies de peixes migratórios de valor económico e que estão em risco de extinção. "Primeiramente, serão feitos os preparativos para remover a barreira mais próxima da foz do rio Douro, o que deverá levar à remoção das restantes 12 barreiras no seu devido tempo", destacou a mesma associação ambientalista.
No rio Vascão, um afluente do Guadiana, vão proceder à remoção do açude de Galaxes, para "aumentar significativamente as operações nesta área, removendo mais duas barreiras na mesma ribeira - Ribeira de Odeleite - e 12 barreiras no rio Vascão", acrescentou a fonte.
O rio Vascão e a ribeira de Odeleite acolhem as únicas populações sobreviventes em Portugal de saramugo, uma das espécies de peixe de água doce não migratórios mais ameaçadas.
Prevê-se restaurar 93 quilómetros de rio de fluxo livre e melhorar o habitat, do saramugo e da enguia europeia, bem como de outras espécies nativas em risco de conservação, incluindo mamíferos como a lontra e o lince ibérico.
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