Os empresários queixam-se de ter sido um processo complicado, que demorou horas a resolver. A João Martins, proprietário de um estabelecimento, valeu-lhe o filho que é contabilista, mas agora não sabe se lhe vai ser devolvido o IVA que já pagou desses produtos. “Em certos produtos, o leite, queijo e massa já paguei mais 6% e agora tenho que deduzir esses 6% e não sei como vou fazer. O contabilista agora é que vai fazer isso. Não sei se vou receber o IVA nem aquilo que vou descontar”.
A medida do Governo foi criada com o intuído de combater a inflação e ajudar na carteira dos portugueses, mas os preços não param de subir, de semana para semana. “A mercadoria geralmente sobe todos os dias. Cada facturação que vem cada vez vem mais cara. Se vem mais caro, vai-se refectir menos. Os preços continuam a subir”.
Luísa Rodrigues, proprietária de quatro supermercados em Bragança, queixa-se de ter tido muito trabalho para redefinir os preços e dos gastos adicionais. “Na noite de 17 para dia 18 foi quase uma directa. Foi a noite e todo o dia que nem uma doida, sempre a trabalhar nisso. É muito trabalho para nós. Um excesso de etiquetas que gastamos e de tinteiros que gastamos. É tudo um processo moroso e com alguma disponibilidade financeira. É o técnico de informática que tem que aqui vir para mudar os códigos dos IVA’s. Temos que mudar tudo e o Governo de nós não se lembra”.
A empresária aponta o dedo ao Governo, dizendo que as medidas de apoio deviam ter sido outras, como o aumento de salários e a redução do IRS. Critica ainda a subida dos preços e pede controlo. “Continuam a vir produtos mais caros. Deviam analisar mais essa parte. Houve uma altura que se justificou a subida de preços mas neste momento já não se justifica. Se os produtos vêm mais caros temos que os pôr mais caros. Mas continuam a vir mais caros porquê?”.
A isenção do IVA começou a ser aplicada esta terça-feira. 46 produtos, desde mercearia, fruta, legumes, carne e peixe, são abrangidos por esta medida. Mas são poucos os que acreditam que fará diferença no final do mês nas contas dos portugueses.
Sem comentários:
Enviar um comentário