Tem desenvolvido um trabalho que visa identificar estratégias de combate à desinformação, através de notícias falsas, com destaque também para a informação difundida durante os períodos eleitorais:
“O que investigo é o porquê de as pessoas acreditarem em notícias falsas, porque é que são tão aliciantes.
De facto, as nossas crenças políticas, o facto de gostarmos de um determinado partido e os nossos valores, muitas vezes, acabam por ser uma armadilha para a nossa cognição e levam-nos a acreditar em conteúdos que são mais favoráveis e vão mais de encontro àquilo que queremos acreditar. Os agentes da desinformação procuram isso e os públicos que, muitas vezes, estão frustradas com a sociedade. Então criam conteúdos para alimentar essas conspirações.
Enquanto investigadores também podemos atuar no sentido de informar as pessoas de como devem identificar as notícias falsas, quais são os sites noticiosos credíveis e as estratégias utilizadas pelos agentes da desinformação.”
De acordo com o investigador, em Portugal ainda há muito a fazer nesse sentido:
“Nota-se que aqui em Portugal há muita dificuldade em distinguir o que é um conteúdo noticioso verdadeiro daquele que é falso. Notamos também que ainda há muito a fazer por parte da verificação de factos, em que jornalistas se dedicam a tentar demonstrar a verdade e desmascarar as informações falsas.
Ainda há muito a fazer porque as pessoas que tendem a consumir somente esses conteúdos nas redes sociais, muitas vezes não são expostas ao contraditório, à informação verdadeira.
Torna-se uma missão muito complicada por parte dos investigadores mas, também, dos jornalistas. “
Este trabalho valeu-lhe a distinção internacional de Jovem Investigador do Ano pela revista científica Social Sciences, o que João Pedro Batista diz ser o reconhecimento pelo trabalho que tem desenvolvido mas também uma prova da boa investigação que é feita no nosso país:
“Foi uma surpresa que me deixou muito feliz pois é o reconhecimento do trabalho que tem vindo a ser feito, mais no sentido de ser desenvolvido na academia, e como eles próprios reconhecem, enquanto jovem e investigador.
Sendo também uma revista internacional é, de facto, muito gratificante.
Por outro lado, também vem demonstrar que, mesmo estando em Portugal, sem recursos que alguns investigadores têm, temos capacidade e podemos fazer coisas boas, precisamos é de ter oportunidade.”
João Pedro Batista pertence à equipa de investigação do LabCom da Universidade da Beira Interior e foi agora reconhecido como Jovem Investigador do Ano pela revista científica Social Sciences.
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