A antiga fortificação, situada no distrito de Bragança, tinha como função defender um enorme povoado existente num local sobranceiro ao rio Douro onde foi colocado “este importante” sítio arqueológico, que remonta a cerca de 800 anos a.C., que é também conhecido localmente por Castelo dos Mouros.
Em declarações à agência Lusa, a vereadora com o pelouro da Cultura no município de Mogadouro, Márcia Barros, disse hoje que, com este novo polo histórico, pretende-se dar a conhecer o espaço, tornando-o visitável e acessível aos interessados.
“Neste momento conseguimos ter uma visão plena do que seria a fortificação [castreja], datada de há mais de 2500 anos. Foi colocado a descoberto um sítio de verdadeira estratégia defensiva ou de eventual ataque, com origem na Idade do Ferro”, vincou a autarca.
O projeto "Valorização e Conservação do Castelo dos Mouros e Castelo de Oleiros” vai agora ser dado a conhecer ao público em geral.
Márcia Barros acrescentou que este espaço já há muito que estava sinalizado porque nas suas imediações existe um miradouro sobranceiro ao rio Douro que é conhecido como Fraga do Calço.
“Este espaço ganha agora uma nova dimensão para quem queira fazer uma viagem no tempo”, sublinhou a vereadora.
Já Emanuel Campos, arqueólogo do município de Mogadouro, avançou à Lusa que o interesse histórico em reação ao castro/castelo dos mouros de Vilarinho dos Galegos é relevante, porque tratar-se de um povoado que está na origem desta aldeia e também de outras localidades do sul do Planalto Mirandês.
“Todos os dados arqueológicos apontam para uma ocupação deste povoado para 800 anos a.C., havendo uma reconstrução da muralha defensiva por volta de 250 anos a.C., prolongando-se até ao século XX”, indicou.
Na opinião do arqueólogo, esta fortificação tinha como objetivo defender uma comunidade rural que existiu junto a Vilarinho dos Galegos, e também como ponto estratégico para a defesa da via navegável do Douro, na Idade do Ferro.
Numa primeira fase de intervenção no Castelo dos Mouros foram realizadas escavações arqueológicas e feita a consolidação de um pano de muralhas viradas a sul que suporta esta fortificação castreja, que fica sobranceira ao Douro Internacional e cujos trabalhos tiveram início em 2011.
Em fases posteriores da intervenção foi possível aos arqueólogos e outros investigadores desfazer um conjunto de dúvidas exigentes em relação às funções da primitiva fortificação.
De acordo com o arqueólogo municipal, o Castelo dos Mouros de Vilarinhos dos Galegos está classificado como Monumento de Interesse Municipal, estando em curso a sua classificação como Sítio de Interesse Público.
A ocupação da área do castro do Castelo dos Mouros e de toda a zona envolvente está cronologicamente situada entre a Idade do Ferro e o século XX.
Este espaço está na confluência das grandes rotas pedestres do Douro Internacional, como é o caso da GR-36, que está a ser bastante procurada e fica dentro do Parque Natural do Douro Internacional (PNDI).
A localização destas estruturas arqueológicas na linha de fronteira com Espanha é também um elemento estratégico a ter em conta nas ações que virão a ser desenvolvidas no futuro.
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