segunda-feira, 23 de outubro de 2023

Associação A Pantorra otimista em relação ao ano micológico no Nordeste Transmontano

 O presidente da Associação Micológica “A Pantorra”, com sede em Mogadouro, mostrou-se hoje otimista em relação à época de apanha de cogumelos silvestres, que agora começa, devido às boas condições climáticas que se fazem sentir no Nordeste Transmontano.


Em declarações à Lusa, Manuel Moredo disse hoje que as expectativas são otimistas devido à quantidade de chuva que tem caído. Provavelmente, no espaço de oito a 10 dias começam a aparecer a maior parte das espécies de cogumelos silvestres que proliferam neste território do distrito de Bragança, por esta altura do ano.

“Penso que existem grandes condições para o aparecimento das mais diversas espécies de cogumelos silvestres comestíveis” o que vai enriquecer a gastronomia transmontana nesta altura do ano, indicou o micólogo.

A antevisão é feita numa altura em que se prepara o 23. º Encontro Micológico Transmontano, um dos mais antigos do país, que se realiza em Mogadouro, no distrito de Bragança, entre 03 e 05 de novembro e que conta como apoio do município.

Durante o encontro micológico, haverá tempo para uma exposição dos cogumelos recolhidos e uma ceia micológica num dos restaurantes de Mogadouro.

Este tipo de alimento há muito que é considerado pelos populares “um verdadeiro manjar dos Deuses”, mas a associação defende que “os cogumelos são comida de risco”.

No encontro micólogos deste ano estamos mais virados para a identificação dos cogumelos nos bosques, por se tratar de uma comida de risco e assim e desta forma ajudar a identificar os cogumelos comestíveis e os mais tóxicos”, vincou Manuel Moredo.

No topo dos cogumelos mais mortais está uma espécie designada 'Amanita phalloides', considerada pelos especialistas como “a mais tóxica e mortal”.

Apesar do valor económico dos cogumelos comestíveis, em Portugal ainda não há legislação que regulamente o setor e esse "vazio legal" não permite a "certificação" das mais variadas espécies para que se tornem numa mais-valia económica.

“Estamos fartos de sugerir um código de conduta para a apanha dos cogumelos nestas últimas duas décadas. Tem de haver legislação que acabe com a anarquia que tem havido em matéria da apanha de cogumelos, sendo um assunto que cabe ao Ministério da Agricultura”, rematou Manuel Moredo.

“A Pantorra" já identificou mais de 1.000 espécies de cogumelos no Nordeste Transmontano nos últimos 23 anos, mas os seus especialistas estão convencidos que há muitas mais por identificar.

Lameiros, soutos e pinhais, locais ideais para a apanha, são batidos palmo a palmo nesta altura do ano pelos recoletores de cogumelos silvestres, alguns dos quais o fazem por gosto e outros porque encontraram nesta atividade uma forma de sustento.

Sanchas, boletos, repolgas ou míscaros são, nesta altura do ano, dos fungos mais procurados pelos apreciadores e recoletores na região do Interior Norte.

Os preços das mais variadas espécies de cogumelos silvestres em fresco podem variar entre os 15 euros por quilo no caso dos boletos e os 7,5 euros no caso das setas dos pinhos.

A associação micológica tem cerca de uma centena de associados espalhados por todo o país e pelo estrangeiro.

FYP//LIL
Lusa/fim

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