Eduardo Tavares explicou que isto só é possível devido à requalificação dos regadios da Estevainha e da Camba, processo que começou em 2014. “Estamos a falar de meio milhão de metros cúbicos que se gastava numa campanha normal e agora gastam-se 200 mil metros cúbicos numa campanha e, se calhar, na Camba gastam-se entre 200 a 300 mil metros cúbicos, quando se gastavam 500 ou 600 por ano”, adiantou.
O regadio da Camba foi inaugurado, esta sexta-feira, num investimento de 6,5 milhões de euros. Abrange cerca de 120 agricultores, podendo ceder água ainda a regantes precários, beneficiando um total de 600 hectares. Os produtores podem fazer a gestão da água à distância.
“É um sistema de automatização do regadio, em que os agricultores, no seu telemóvel, podem abrir e fechar as bocas de rega e podem com isso tornar o uso de água mais eficiente, ganhar tempo, poupar água. Sabemos que vivemos tempos difíceis, estas alterações climáticas vão pôr em causa as nossas reservas de água, o regadio, até o consumo humano e quanto mais pouparmos e eficientes formos, melhor”, explicou o autarca.
Foi ainda assinado o contrato para a construção da barragem de Gebelim, entre o município e a ministra da Agricultura. A construção da albufeira e da rede de rega vai custar 25 milhões de euros.
Eduardo Tavares espera que a obra esteja concluída até 2025. “Esperamos finalizar o processo da fiscalização até final do mês de Novembro e iniciar a obra no final de Novembro, início de Dezembro. Depois vamos à rede de rega que é um projecto que irá ser colocado a concurso para fazermos esta obra até 2025. Estamos a falar de 150 agricultores, numa área total de 500 hectares”.
A ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, fez questão de salientar a importância do regadio para o sector. “A agricultura hoje para ser competitiva tem que ser feita tendo como factor de produção a água e isso faz-se disponibilizando a água, usando-a de forma muito eficiente, porque a diferença entre um hectare de sequeiro e um hectare de regadio é que o de regadio produz até cinco vezes mais que o de sequeiro e isso faz com que o regadio seja hoje uma atractividade capaz de ocupar territórios e com isso trazer para agricultura mais jovens”, frisou.
O município de Alfândega da Fé quer duplicar a área de regadio no concelho até 2025. Neste momento, mais de mil agricultores beneficiam deste tipo de rega.
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