segunda-feira, 30 de outubro de 2023

Regadios de Alfândega da Fé já contribuíram para poupar 50% da água que gasta numa campanha

 O regadio no concelho de Alfândega da Fé já permitiu poupar metade da água que se gastava por campanha


Os números foram avançados pelo presidente da câmara, na inauguração do regadio da Camba.

Eduardo Tavares explicou que isto só é possível devido à requalificação dos regadios da Estevainha e da Camba, processo que começou em 2014. “Estamos a falar de meio milhão de metros cúbicos que se gastava numa campanha normal e agora gastam-se 200 mil metros cúbicos numa campanha e, se calhar, na Camba gastam-se entre 200 a 300 mil metros cúbicos, quando se gastavam 500 ou 600 por ano”, adiantou.

O regadio da Camba foi inaugurado, esta sexta-feira, num investimento de 6,5 milhões de euros. Abrange cerca de 120 agricultores, podendo ceder água ainda a regantes precários, beneficiando um total de 600 hectares. Os produtores podem fazer a gestão da água à distância.

“É um sistema de automatização do regadio, em que os agricultores, no seu telemóvel, podem abrir e fechar as bocas de rega e podem com isso tornar o uso de água mais eficiente, ganhar tempo, poupar água. Sabemos que vivemos tempos difíceis, estas alterações climáticas vão pôr em causa as nossas reservas de água, o regadio, até o consumo humano e quanto mais pouparmos e eficientes formos, melhor”, explicou o autarca.  

Foi ainda assinado o contrato para a construção da barragem de Gebelim, entre o município e a ministra da Agricultura. A construção da albufeira e da rede de rega vai custar 25 milhões de euros.

Eduardo Tavares espera que a obra esteja concluída até 2025. “Esperamos finalizar o processo da fiscalização até final do mês de Novembro e iniciar a obra no final de Novembro, início de Dezembro. Depois vamos à rede de rega que é um projecto que irá ser colocado a concurso para fazermos esta obra até 2025. Estamos a falar de 150 agricultores, numa área total de 500 hectares”.

A ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, fez questão de salientar a importância do regadio para o sector. “A agricultura hoje para ser competitiva tem que ser feita tendo como factor de produção a água e isso faz-se disponibilizando a água, usando-a de forma muito eficiente, porque a diferença entre um hectare de sequeiro e um hectare de regadio é que o de regadio produz até cinco vezes mais que o de sequeiro e isso faz com que o regadio seja hoje uma atractividade capaz de ocupar territórios e com isso trazer para agricultura mais jovens”, frisou.

O município de Alfândega da Fé quer duplicar a área de regadio no concelho até 2025. Neste momento, mais de mil agricultores beneficiam deste tipo de rega.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Ângela Pais

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