sexta-feira, 27 de outubro de 2023

Doença Hemorrágica Epizoótica está a matar bovinos da raça mirandesa e a deixar produtores preocupados

 A doença hemorrágica epizoótica está a deixar os produtores de bovinos do planalto mirandês desesperados


Desde Junho que há animais na região infectados com o vírus e alguns chegam mesmo a morrer. Foi o que aconteceu aos bovinos de António Granjo. O produtor tinha mais de 300 vacas, mas este número está a reduzir devido a esta doença.

“Desde o mês de Julho que começámos a notar algumas reacções nos animais, com dificuldade em andar, depois numa fase mais avançada começaram com corrimento na boca e chegam a ter sangue, deixam de comer e acabam por morrer algumas. É difícil saber exactamente quantas estão infectadas, mas deve ultrapassar os 50%. Tive algumas que morreram, penso que foram 13”, disse.

Com os animais doentes, os prejuízos são grandes. Os que não morrem, deixam de reproduzir com normalidade.

“Os animais ficam com mazelas, os próprios vitelos nascem muito pequenos, muitas vacas abortam, algumas não chegam a cobrir e outras cobrem mias tarde. As dificuldades são imensas, até porque nunca estive a dar tanta comida como agora e nota-se que elas estão a emagrecer. Isto vai ser muito complicado”, afirmou.

De acordo com o técnico e veterinário da Associação de Criadores de Bovinos de Raça Mirandesa, têm surgido muitos animais com a doença hemorrágica epizoótica. Válter Raposo explicou que o vírus se transmite através da picada de um insecto.

“Uma doença viral que é transmitida através da picada de um mosquito. Foi detectada em Portugal, a primeira vez, em Dezembro do ano passado e agora neste final do Verão surgiu em grande força, principalmente aqui na zona do planalto mirandês. O vírus afecta os cervídeos, ou seja corços e veados, e o vector mosquito é que transmite depois para os bovinos”, esclareceu.

Os sintomas são lesões na mucosa da boca, produção excessiva de saliva, coxeira, febre alta e falta de apetite. Para já ainda não há uma vacina. Segundo Válter Raposo pouco tem sido feito.

“Podemos dizer que ainda pouco ou nada se fez, tirando reportar as explorações que estão afectadas. Medidas concretas ainda não se viu nada”, vincou.

Contactámos a Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária, para perceber que cuidados devem ser adoptados, mas até agora não deu qualquer resposta.

Escrito por Brigantia
Jornalista: Ângela Pais

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