Em colaboração com a Associação de Desenvolvimento Rural Montessereno e com o professor, animador e musicoterapeuta Francisco Sousa criaram o projeto Montes Sonoros, que consiste em sessões mensais, compostas por várias atividades, como explica o professor, que é o responsável por dinamizar as sessões:
“Peredo, tal como as aldeias da maior parte do Nordeste Transmontano, estão super desertificadas, têm poucas crianças, o que acho que é até um mal nacional.
Felizmente aqui em Peredo ainda temos algumas crianças, já não há escola mas há muita gente daqui que ao fim de semana vem para a aldeia.
Temos feito desde sessões de musicoterapia, poesia, teatro e de canção, pois este é um projeto artístico-musical. Temos dinamizado a aldeia no que é possível e tem corrido muito bem.
A ideia será continuar em 2024, se não for com os Montes Sonoros que seja com outro projeto, mas que envolva até outras aldeias aqui do concelho.”
O projeto é aberto à comunidade e normalmente as atividades envolvem não só as crianças mas também os idosos:
A génese do projeto é para a comunidade, até à terceira idade e não só para as crianças.
Na igreja conseguimos fazer muito isso pois as idosas frequentam e conseguimos captá-las.
Isto quer-se transversal, começar nas crianças mas não ficar por aí, indo aos idosos também, que bem precisam.
A arte consegue unir as pessoas.”
A promotora do projeto é a Junta de Freguesia de Peredo, cujo presidente, Ricardo Cordeiro, diz que o objetivo é tentar criar momentos de convivência entre a comunidade das diferentes faixas etárias:
“Verificámos que necessitávamos de mudar alguma coisa e acho que este é o caminho que todos devemos pautar.
Desafiámos a Montessereno a criar um plano de atividades para os incentivar, tirando-os de casa e unindo-os, pois isso é difícil. Acho que, pouco a pouco, haveremos de conseguir.
A intenção desta atividade passa também pela recolha de tradições e cantares.
É um afinar de agulhas, sessão após sessão. Gostávamos que fosse mais vezes por mês mas não é possível.
Vamos ver o que o futuro nos reserva mas é para continuar.
Já ganhámos a aposta só pelas crianças porque não há quase mês nenhum em que elas não estejam com uma certa ansiedade para que o dia chegue.”
Uma iniciativa a que a Junta de Freguesia quer dar continuidade e com mais valências:
“Vamos ver se conseguimos passar para um outro patamar pois isto também está a levar a que haja miúdos que queiram tocar um instrumento. O Francisco não quis partir para isso incutindo-os. Quer que lidem, individualmente, aos poucos, com cada instrumento e que depois façam a escolha daquilo que querem aprender, descobrindo o que gostam.”
O projeto Montes Sonoros contempla 10 sessões. A última acontece em dezembro, na qual o objetivo será juntar todas as participações que foram marcando presença ao longo das sessões.
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